Após manter a taxa básica de juros, a Selic a 10,50%, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central apresentou um tom mais hawkish do colegiado. Sinalizou que o processo de desinflação medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cheio tem arrefecido, enquanto medidas de inflação subjacente se situaram acima da meta, e que não hesitará em elevar juros se julgar apropriado.
Após a divulgação do comunicado, por volta das 11h22 o Ibovespa subia 0,21% aos 125.537 pontos. Já o dólar recuava 1,11%, negociado a R$ 5,6611.
O Comitê citou as adversidades do cenário externo e o dinamismo dos indicadores econômicos internos, também ressaltando preocupação com a inflação. No documento divulgado nesta terça-feira (06), o colegiado reforçou que o atual momento exige atenção redobrada e que há riscos para a inflação. “À luz desse acompanhamento, o Comitê avaliará a melhor estratégia: de um lado, se a estratégia de manutenção da taxa de juros por um tempo suficientemente longo levará a inflação à meta no horizonte relevante; de outro lado, o Comitê, unanimemente, reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta se julgar apropriado”, afirmou o colegiado na ata.
O documento foi visto com um tom mais duro pelo mercado. Para o Itaú BBA, a ata do Copom transmitiu a mensagem que o comunicado não entregou: ficou claro que todo o comitê, não apenas alguns membros, está pronto para aumentar a taxa Selic caso as tendências recentes nas expectativas de inflação e na dinâmica da taxa de câmbio persistam.
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“O comitê observa a clara deterioração das perspectivas de inflação, capturadas por suas projeções e por um balanço de riscos que, segundo vários membros do Copom, está assimétrico para cima. Em suma, a ata mostra um comitê que está pronto para subir juros caso a moeda permaneça onde está”, diz o Itaú BBA, em relatório. “Como acreditamos que o real se fortalecerá nas próximas semanas, à medida que os mercados globais se acalmarem, mantemos, por enquanto, a previsão de que a Selic permanecerá em 10,50% ao ano. Se o câmbio não reagir, um ciclo de alta, começando em setembro, será inevitável.”
Os membros do Copom também discutiram os movimentos recentes de alguns dos condicionantes para a dinâmica dos preços, tais como as expectativas de inflação e a taxa de câmbio. Para o câmbio, o comitê adotou no cenário de referência a cotação do dólar a R$ 5,55. Segundo do Copom, os fluxos de capitais refletem um fenômeno global de aversão ao risco, que, a depender dos fundamentos de cada economia emergente, pressiona a taxa de câmbio com intensidade variável.
“Observou-se que, se tais movimentos se mostrarem persistentes, os impactos inflacionários decorrentes podem ser relevantes e serão devidamente incorporados pelo Comitê”, disse a autarquia, na ata.
O colegiado ressaltou que o cenário marcado por projeções mais elevadas e mais riscos para a alta da inflação é desafiador, mas que avalia que o desenrolar do cenário será particularmente importante para definir os próximos passos da política monetária.
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