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Stuhlberger vê fiscal pior do que o mercado, mas lembra que “governo sempre pode fazer gol com a mão”
Verde, SPX Capital e JGP veem cenário externo melhor para o Brasil, mas reforçam que juro doméstico deve subir para garantir a credibilidade dos sinais emitidos pelo BC
Luis Stuhlberger, sócio fundador da Verde Asset
Luis Stuhlberger, sócio fundador da Verde Asset

A expectativa de que a taxa Selic seja elevada ao longo do segundo semestre é ponto pacífico entre gestores de fundos que debateram política monetária e fiscal, em encontro no Macro Day, do BTG Pactual, realizado nesta terça-feira (20). Os gestores, contudo, não compactuam da mesma visão sobre a melhora do cenário externo e seu impacto nos mercados domésticos

O episódio do dissenso na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) há dois meses, que elevou o balanço de risco, e depois a tentativa de uniformidade no colegiado com um tom mais duro da última ata foi lembrado no evento. O chairman e sócio do BTG Pactual, André Esteves, que moderou o debate, questionou sobre o que explica a tamanha volatilidade de opiniões sobre trajetória da economia americana, que levou ao desmonte de posições de carry trade no iene há duas semanas.


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Na visão de André Jakurski, sócio fundador da JGP, “osindicadores antecedentes não funcionaram neste ano, mostrando fraqueza nas economias maiores do que se verificou”. “Tem muitas coisas voando que são imponderáveis, sem falar a eleição americana. Melhor um bêbado conhecido do que um alcoólatra anônimo. A Kamala eu sei como será, mas o Trump é um desgovernado”, afirmou.  

Luis Stuhlberger, sócio fundador da Verde Asset, tem visão semelhante.O choque naquela semana sangrenta com as operações no Japão nem é previsão econômica. É fruto dos fundos quanti, não se sabe quanto trilhões têm na mão. Eles tradaram long México e short iene”, disse acrescentando que a economia americana vai bem e não era o principal motivo dos dias difíceis há duas semanas.

Já Rogério Xavier, sócio fundador da SPX Capital, é menos otimista quando à economia dos Estados Unidos e citou dados sobre uma desaceleração contratada e que começa a ocorrer. “Tem uma combinação de fatores que vão nesta direção, tem incertezas sobre o momento do ciclo da economia americana. Resultados das companhias no S&P foram bons, mas guidance não foi”, ressalta. “0 próprio Fed admitiu que discutiu corte em julho, ou seja, tinha motivo para a virada”. Na visão de Xavier, o problema da eleição americana não é ganhar um ou outro, mas não saber quem ganhará.

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Para os gestores, a probabilidade de que o juro doméstico não suba é mínima. “Juro vai cair ao longo do segundo semestre em vários países, aqui no Brasil tem deterioração das expectativas ligadas a coisas laterais, mas o mercado empurra o Banco Central para uma alta de juros”, avalia Esteves. O problema do déficit fiscal, de acordo com Stuhlberger, é mais agudo do que outras gestões. “A construção da descredibilidade do governo começou com orçamento do ano que vem. Agora, a reconstrução de credibilidade via dois vetores – BC e controle de déficit. As duas coisas no processo de acontecer e não acho que subiria juro somente pela inflação fora da meta, eles esperariam”, afirma. “Mas com a conjunção de coisas, o BC ficou num corner que não pode ser cão que ladra, mas não morde. Tem que subir.”

Xavier, da SPX, reforça a visão de que o juro deve subir: “Todo presidente do BC quando chega precisa ganhar credibilidade. Vamos seguir com gastos crescendo e sustentando crescimento acima do previsto antes. BC comunicou a alta de juro, está combinado com presidente, com mercado. Não pode fazer parecer uma loucura.”


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