A Pacific Investment Management (Pimco) entrou numa seara delicada. De acordo com reportagem publicada na Bloomberg, o maior fundo ESG oferecido pela gestora nos EUA — o Pimco Total Return ESG, com 2,4 bilhões de dólares sob gestão — passou a explicitar em documentos arquivados na Securities and Exchange Commission (SEC) que não investe em empresas que lucram com procedimentos abortivos, com anticoncepcionais ou pesquisas de células-tronco.
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Anteriormente, a asset apenas afirmava que o fundo não aportava recursos em empresas de assistência médica ou de medicamentos se 100% de sua receita bruta não fosse gerada por “produtos ou serviços concebidos para proteger e melhorar a qualidade da vida humana”.
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Ao mesmo tempo em que agrada os investidores contrários ao aborto, a mudança revolta muita gente. Na visão de Douglas Chia, presidente da Soundboard Governance, consultoria de governança ESG, esta é apenas uma das “bombas” que estão escondidas nas informações prestadas pelos fundos ESG que o investidor médio nunca vai ler.
À Bloomberg, Michael Reid, porta-voz da Pimco, explicou que a exclusão não é uma política ESG adotada em toda a empresa e não reflete o ponto de vista da gestora sobre o aborto. Esclareceu, ainda, que o Pimco Total ESG foi lançado há 31 anos e que sua política de investimento reflete as preferências de organizações religiosas que aportaram recursos no fundo originalmente.
O tema do aborto tem atraído cada vez mais a atenção dos investidores e já chegou, inclusive, aos encontros de acionistas de grandes empresas, como o Walmart. A interrupção da gravidez é um direito nos Estados Unidos garantido pela Constituição desde 1973, ainda que alguns estados tenham implementado leis próprias contra a prática. Por isso, organizações de apoio à reprodução e à saúde materna incentivam as companhias a avaliarem o impacto dessas restrições em seus negócios, alegando que as funcionárias podem sofrer com a falta de assistência médica nos locais onde o aborto é proibido.
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