No topo da lista dos investidores que fazem venda a descoberto — tradicionalmente, uma operação de curto prazo — no mercado de capitais europeu está a BlackRock Investment Management. A revelação feita pela consultoria Ipreo surpreende, uma vez que a gestora diz ser focada no longo prazo. Mas ela não foi a única pega nessa situação. As gestoras britânicas de longo prazo AQR Capital Management e Oxford Asset Management também estão, conforme o levantamento da Ipreo, dentre os 20 maiores short-sellers da União Europeia.
O levantamento foi possível graças à determinação da União Europeia, em vigor desde novembro de 2012, de que as operações de short-selling sejam submetidas a rigorosas exigências de disclosure. Dentre as empresas que mais tiveram suas ações alvos de venda a descoberto estão a alemã Aixtron e a finlandesa Nokia. Esta última tem sofrido as consequências de não conseguir competir com a Samsung e a Apple no mercado de smartphones.
O short selling envolve a venda de uma ação que o investidor não possui ou que pegou emprestada. Quando faz esse tipo de negociação, ele espera vender o papel na alta e comprá-lo de volta na baixa, em uma data posterior. Ao mesmo tempo em que pode oferecer mais liquidez e eficiência ao preço de uma ação, a operação, quando utilizada indevidamente, se torna um instrumento para reduzir o valor de um papel ou acelerar sua baixa. A Ipreo aponta que as pequenas e médias empresas são os principais alvos das vendas a descoberto — principalmente as ligadas ao setor de consumo, industrial e tecnologia.
O diretor global de mercados da consultoria declarou à revista Institutional Investor que as companhias deveriam se dedicar a analisar os short-sellers. “Conhecer a identidade de quem está operando a descoberto com mais de 0,5% de seu capital é tão importante quanto saber quem opera no longo prazo com 0,5%”, ressalta.
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