Gestor de fundos da BlackRock para a América Latina, Will Landers acredita que 2014 não será muito diferente do ano passado para o Brasil — o que pode ser entendido como uma notícia ruim. Mesmo assim, ele não está totalmente descrente com o País. Hoje, as companhias verde-amarelas preenchem 62% das carteiras de ações geridas por Landers, um naco superior à exposição do Brasil no MSCI America Latina, de 57%. “O Brasil tem uma série de qualidades: é a sexta economia do mundo, possui uma demanda doméstica importante e riquezas naturais. Mas o governo precisa administrar isso a favor do País.”
2013
“O ano passado foi difícil para o Brasil, muito mais pela parte macro do que pela micro. Apesar do PIB medíocre, as companhias cresceram dois dígitos em dólares, uma melhora significativa frente aos resultados de 2012. Isso mostra que, mesmo diante das dificuldades, as empresas tiveram foco e boa gestão para buscar oportunidades de crescimento.”
2014
“Este ano promete ser mais do mesmo. A economia deve crescer entre 2% e 2,5%, e a moeda, continuar numa desvalorização controlada. A taxa de juros tende a se manter próxima ao patamar atual, dado que o Banco Central parece confortável com a ideia de que ela será suficiente para manter a inflação no teto da meta. O ano de 2014 vai ser curto — tem a Copa, as eleições, e o Carnaval começa mais tarde. Então, o espaço para o Brasil passar pelas reformas que precisa é quase inexistente.”
Eleições
“Há grande probabilidade de que a presidente Dilma seja reeleita. O questionamento, aí, é se vamos ter uma continuação das políticas macroeconômicas, que, na verdade, são muito micro. Esse foco do governo no curto prazo, de preferir colocar band-aid a promover uma intervenção cirúrgica que permita ao Brasil voltar a crescer 4,5%, sem pressão inflacionária, é um grande problema.”
Intervencionismo
“Se a gente olhar mundo afora, quando foi que uma intervenção do governo no setor privado trouxe resultado positivo de crescimento e investimento? Eu não conheço nenhum caso. O governo brasileiro deveria trabalhar mais em parceria com a iniciativa privada e não achar que aquele que quer retorno é o mau da história.”
Mercado acionário
“Dentre os mercados da América Latina, o Brasil é o mais barato. A bolsa brasileira negocia hoje a pouco mais de dez vezes o P/L
Concorrentes ao Brasil
“O México é o principal, por questões de liquidez. Mas negocia em bolsa mais ou menos a metade do volume do pregão brasileiro. Em 2013, o México entregou um crescimento abaixo do esperado. Porém, o governo foi exemplar ao conseguir aprovar reformas históricas.”
Petrobras
“A notícia sobre a revisão dos preços dos combustíveis foi boa, mas o governo não possui credibilidade para nos dar a certeza de que a empresa vai seguir a tal fórmula de Coca-Cola que criou [segundo a Petrobras, os parâmetros usados para a revisão são confidenciais]. Além disso, a empresa afirmou que não há ajuste automático — e isso nos traz ao ponto anterior, em que a decisão é política.”
Units
“No mundo perfeito, todas as ofertas seriam realizadas no Novo Mercado. A emissão de units é um retrocesso, principalmente se a companhia não tem nenhum motivo legal para fazer isso. Não acho correto alguém querer controlar a companhia com 25% mais uma ação. Isso é sinal de cabeça antiga. Espero que, assim como eu, haja outros investidores dispostos a ‘bater’ nessas companhias e a colocar um belo desconto em seus papéis.”
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