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Campos Neto reforça tom duro: “vamos fazer o que precisar; se precisar subir o juro, subimos”
Sobre o término de seu mandato, o presidente do BC afirmou que não tem interesse em permanecer na esfera pública e que irá para o privado em algo que possa unir finanças e tecnologia
Roberto Campos Neto, Presidente do Banco Central
Roberto Campos Neto, Presidente do Banco Central

A perspectiva para a taxa Selic e a melhora no cenário externo deram o tom da participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no evento Macro Day, promovido pelo BTG Pactual nesta terça-feira (20). Houve espaço também para que o banqueiro central explicasse a falta de convergência entre os integrantes do Copom, há duas reuniões, e da mudança de rota na “retomada de credibilidade”.

Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, lembrou do episódio de há duas semanas com risco elevado de recessão nos EUA, além do peso nos ativos com posições de carry trade sendo desfeitas no Japão. “Depois o quadro melhorou, ficou mais clara a perspectiva de pouso suave na economia americana e de ciclo de corte pelo Fed a partir de setembro”, comentou o executivo, questionando Campos Neto sobre como estes cenários impactaram o Brasil. “Vínhamos de um cenário onde dados mais fracos eram vistos com otimismo, depois reverteu e houve uma desarrumação nos mercados. Primeiro, vejo que a expectativa de desaceleração mais forte foi precipitada e levou a um carry trade forte”, relembra o presidente do BC. “Aquela semana foi de muita volatilidade, ocorreu muita coisa junto. De qualquer forma, o cenário que prevalece é de desaceleração organizada.”


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Campos Neto também reforçou que a percepção de melhora fiscal no mundo começa a ficar mais clara. “Tem uma desaceleração fiscal encomendada, tem efeito no crescimento das expectativas, quando falamos com outros BCs isto ocorre em outros lugares também assim como no Brasil”, afirma.

Um ponto importante no debate foi a decisão dividida do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter o juro que levou o mercado a questionar a coesão do colegiado. “Olha, a gente tenta passar a mesma mensagem. Corrigimos algum entendimento entre a reunião e a ata. Não olhamos tanto para ruído de curto prazo e pensamos qual mensagem queremos passar”, ressaltou Campos Neto. “Vamos fazer o que precisar. Se tiver que subir vai subir. Não queremos dar um guide aberto, mas uma sinalização clara. Tinha um prêmio de risco, um erro de interpretação sobre o que seria a harmonia da política monetária no futuro, corrigimos.” 

Leia também: Haddad diz que juro já é bastante restritivo e alerta que se o BC errar na mão pode afetar a oferta e gerar inflação

Ao final do evento, Campos Neto, que termina seu mandato ao final deste ano, afirmou que não tem interesse em permanecer na esfera pública e que irá para o privado em algo que possa unir finanças e tecnologia. “Vou fazer uma transição suave para ganhar amadurecimento, melhorar para quem vem após mim. Quero que meu sucessor não seja julgado pela camisa que usa, pelos eventos que frequenta, mas pela capacidade técnica.”


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