Diversidade para quê?
Diversidade e inclusão são termos que foram incorporados de vez ao cotidiano de grandes empresas no Brasil e no mundo. Hoje, a maioria delas desenvolve estratégias relacionadas a esses temas. Dos 1.322 diretores-executivos ouvidos pela consultoria PwC em estudo recente, 64% afirmaram ter adotado iniciativas do gênero. O percentual brasileiro é ainda maior, chegando a 75%. Os CEOs também acreditam que a diversidade aumenta a capacidade de inovação da empresa, melhora o desempenho de negócios e atrai talentos. “Os jovens priorizam empresas que tenham estratégias de diversidade para trabalhar”, observa Henrique Luz, sócio da PwC e presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef). Mas até que ponto essa heterogeneidade se reflete no alto escalão das empresas e chega a ser um fator determinante na configuração dos boards?
Exemplo constantemente citado nas discussões sobre diversidade, a Natura elegeu, há pouco mais de cinco meses, sua primeira conselheira. Ter uma mulher no board era, ao mesmo tempo, uma necessidade de governança e uma pressão da concorrência. “Havia uma comparação com a Avon, que tem sete mulheres no conselho”, conta Moacir Salzstein, diretor de governança da Natura. Segundo ele, a experiência com uma representante feminina no colegiado tem sido um sucesso. Apesar disso, Salzstein é contra as cotas no conselho e defende que a diversidade vá além da questão de gênero, passando obrigatoriamente pela qualificação. Em breve, a Natura poderá ter um conselheiro de dupla nacionalidade.
“Idade e distribuição geográfica são as novas diversidades”, ressalta Heloísa Bedicks, superintendente geral do Instituto Brasileiro de Governença Corportativa (IBGC). Conforme o Código de Melhores Práticas de Governança da entidade, “deve-se buscar diversidade de experiências, qualificações e estilos de comportamento para que o órgão reúna competências necessárias ao exercício de suas atribuições”. Bedicks, contudo, tem posição contrária às cotas e milita a favor da diversidade por meritocracia.
Para Jorge Maluf, diretor-geral da Korn Ferry em São Paulo, a diversidade de gênero “acontecerá naturalmente”. Ele destacou outras buscas relacionadas à essa questão por parte das empresas com as quais tem tido contato. “Uma das grandes demandas de diversidade refere-se a pessoas com experiência no mundo digital”, complementou.
Essas e outras questões foram debatidas no encontro do Grupo de Discussão Governança Corporativa sobre diversidade nos conselhos de administração, promovido pela Capital Aberto em 25 de março.
• Leia mais sobre o assunto na matéria “Variar para quê?“.
• Confira os tuítes que publicamos durante o evento.
• Acompanhe a agenda completa dos próximos Grupos de Discussão.
Fotos: Régis Filho
Outubro Liberado
Experimente o conteúdo da Capital Aberto grátis durante todo o mês de outubro.
Liberar conteúdoJa é assinante? Clique aqui
Outubro Liberado
Experimente o conteúdo da Capital Aberto grátis durante todo o mês de outubro.
Ja é assinante? Clique aqui