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RI poliglota
Com apresentações em inglês, espanhol, francês e até em japonês, Cemig alastra seu mapa de investidores pelo Oriente Médio e o Sudeste Asiático

, RI poliglota, Capital AbertoAs empresas brasileiras estão literalmente ganhando o mundo. E, para tanto, sofisticam suas relações com os investidores estrangeiros. O circuito de encontros com esse público, antes resumido a Nova York e Londres, se expande pela Europa, ganha a Ásia e já contempla o Oriente Médio. “O Oriente, de uma maneira geral, tem recebido muito bem os nossos encontros”, afirma Luiz Fernando Rolla, diretor de Finanças, Relações com Investidores e Controle de Participações da Companhia Energética de Minas Gerais, a Cemig. Em setembro passado, a empresa fez um road show pela Ásia que passou por Tóquio, Seul, Dubai, Hong Kong e Cingapura. “Desde então, a participação destes países no capital da empresa saiu de zero para 3%”, diz o diretor.

A Cemig é uma empresa internacionalizada. Tem acionistas de 42 países, que, juntos, respondem por cerca da metade do seu capital. Por isso, conta com uma equipe de nove pessoas em RI para fazer apresentações em diversos idiomas. “Somos um time poliglota e acredito que o único do Brasil que tem apresentações preparadas especialmente para a Ásia, feitas em japonês”, afirma o executivo, orgulhoso. Um de seus chefiados, o superintendente de RI da Cemig, Agostinho Cardoso, viveu no Japão vários anos, o que confere este “up grade” nipônico à equipe.

A companhia participa de diferentes tipos de encontros com investidores no exterior. Existem as conferências organizadas pelos bancos de investimentos e os eventos exclusivos com investidores locais, promovidos pelas bolsas de valores. Há também reuniões fechadas, marcadas com um investidor específico. O que costuma acontecer é a montagem de várias pequenas reuniões com grupos de investidores, em vez de apresentações para um grande público. “Geralmente fazemos de 12 a 14 reuniões por dia e cobrimos cerca de 70 instituições financeiras em uma conferência grande, como Nova York, Boston e Londres”, conta Rolla. Cada investidor costuma ser representado por seu gerente de portfólio, acompanhado dos analistas sell-side.

A Cemig faz aproximadamente 12 conferências no exterior, por ano. O cronograma completo é fechado com antecedência, no começo do calendário. “Uma vez por trimestre estamos nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, que concentram muitos acionistas nossos, há muitos anos”, diz Rolla. “Vamos uma vez por semestre para a Europa continental e uma vez por ano para Ásia e Oriente Médio.” Rolla destaca três entre os principais eventos do ano. O “Cemig Day”, da Bolsa de Nova York; a conferência organizada pela Bolsa de Madri com as empresas do índice Latibex (composto de ações de companhias latino-americanas negociadas em euro); e o encontro da Merrill Lynch, realizado em maio, em Laguna Niguel, Califórnia, nos EUA.

Os investidores que participam desses encontros são, em geral, aqueles com visão de longo prazo, diz o executivo. “Esta é uma característica de quem investe em infra-estrutura e, sobretudo, em energia elétrica”, afirma. Há diferenças nas abordagens dirigidas aos investidores. “Para os antigos, destacamos o que a companhia tem feito nos últimos meses e, para os potenciais ou acionistas recentes, fazemos uma apresentação mais ampla quanto à atuação da companhia como um todo”, diz.

Os investidores tradicionais, cuja percepção sobre negócios no Brasil é madura, são alvo de reuniões individuais com o RI. Já os incipientes são localizados por meio de estudos de mercado que analisam o interesse potencial de cada um na Cemig e contatados em reuniões mais abrangentes. “É preciso ser proativo no relacionamento com novos investidores”, completa. O custo total da área de RI da Cemig é de cerca de US$ 2 milhões por ano. Hoje, o setor externo já responde por aproximadamente metade desse montante.
interesse por brasil — Mônica Rocha, analista da Itaú Corretora, é uma observadora privilegiada do trabalho de RI das companhias brasileiras na Ásia. Ela está sediada em Hong Kong, na China, há mais de um ano. Mônica conversou com a reportagem da Capital Aberto sobre o road show que a Cemig fez pelo continente no semestre passado. “A empresa deixou uma impressão muito boa em toda a região, reforçou relacionamentos e conquistou novos”, diz.

A analista afirma que a apresentação da Cemig ajuda a promover o entendimento do Brasil como um todo. “Isto facilita o acesso a investidores pouco familiarizados e emite um carimbo de qualidade no que diz respeito ao padrão de abertura de informações das empresas brasileiras”. Um dos destaques do road show foi o lançamento do primeiro fundo dedicado ao Brasil no mercado coreano, administrado pelo KDB (Korean Development Bank), com assessoria do Itaú Asset Management. “O material da apresentação da Cemig neste evento, aberto a um público numeroso, foi preparado em coreano”, conta.

Segundo a analista, o interesse pelas empresas brasileiras é crescente na Ásia. “O fato de o Brasil estar vivendo um momento tão positivo da sua história econômica, aliado ao apelo de crescimento dos BRICs, contribui muito para isso”, afirma. De acordo com Mônica, o Brasil é visto na Ásia como um país emergente que está captando investimentos de outros emergentes. “O que demonstra que o fluxo do capital global está adquirindo novas características”, conclui.


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