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Petróleo e petroquímica
Altos e baixos

, Petróleo e petroquímica, Capital AbertoImagine a seguinte situação: você está se dirigindo a um posto de gasolina e ouve no rádio a notícia de que o preço dos combustíveis vai aumentar. Qual a sua reação? Depende: se for igual à da maioria dos brasileiros, provavelmente você irá encher o tanque e se preocupar com o impacto que isso terá no seu orçamento. Mas se você estiver investindo no setor de petróleo, é bem possível que não apareça nenhuma ruga de preocupação. Isso porque o aumento do preço dos combustíveis representa, em tese, incremento na receita das empresas do setor — uma cadeia que começa com a pesquisa e a extração de petróleo, passa pelas refinarias, destas para as distribuidoras, e daí para os postos de abastecimento.

A Petrobras tem a hegemonia nacional da extração e do refino do produto, enquanto que a distribuição e o varejo estão concentrados nas companhias Shell, Esso, Texaco, Ipiranga e BR (esta última também da Petrobras). Para se ter uma idéia do gigantismo desta estatal, sua receita líquida atingiu R$ 136,6 bilhões em 2005. No mesmo ano, todo o setor de distribuição faturou R$ 113,6 bilhões.

Ao anunciar, em 2006, a auto-suficiência em petróleo, a Petrobras tornou o Brasil menos sensível à flutuação do preço mundial da commodity — , Petróleo e petroquímica, Capital Abertocuja cotação vem batendo recordes sucessivos, em parte devido às tensões no Oriente Médio, responsável por abastecer um terço do consumo mundial. O petróleo brasileiro, no entanto, é “pesado” e exige a importação de outro tipo de óleo para fazer a mistura necessária para levar o produto às refinarias. Mas fortes investimentos vêm sendo feitos para adaptar as refinarias a receber o óleo pesado e assim diminuir a importação (atualmente na faixa dos 15%).

As principais variáveis que têm impacto sobre este setor são o preço do petróleo no mercado internacional e a taxa de câmbio. O crescimento da produção sempre deve ser considerado como algo positivo, assim como a descoberta de novas reservas. Vale atentar ainda para as pesquisas do setor acerca do uso de fontes de energia renováveis, com impacto ambiental muitíssimo menor. São exemplos as pesquisas da Petrobras com o biodiesel (produzido a partir da semente das oleaginosas) e a energia gerada a partir da biomassa (cana-de-açúcar, lixo e resíduos).

O tradicional petróleo, no entanto, é imprescindível para pelo menos um setor: o petroquímico. Essa atividade é responsável por transformar , Petróleo e petroquímica, Capital Abertosubprodutos do refino de petróleo e do gás natural em bens industriais e de consumo, que vão desde defensivos agrícolas até perfumaria e cosméticos. A transformação envolve três etapas (ou “gerações”) distintas da cadeia de produção. Os produtores de primeira geração (Braskem, Copesul, PQU) fracionam a matéria–prima (nafta ou gás natural) para obter produtos petroquímicos básicos, como eteno e propeno, que são encaminhados aos produtores de segunda geração (Suzano, Petroflex, Unipar).

Estes últimos processam os insumos para criar produtos petroquímicos intermediários (como o estireno) ou finais (elastômeros), repassados para os produtores de terceira geração, também chamados de “transformadores”. São eles que convertem os petroquímicos em produtos para uso do consumidor final. A indústria se reúne em torno de três pólos petroquímicos: Camaçari (BA), Mauá (SP) e Triunfo (RS). Mais recentemente, Duque de Caxias (RJ) vem se consolidando como quarto pólo petroquímico do País, sendo o primeiro a não utilizar nafta (só gás). Cada um dos pólos tem um único produtor de primeira geração e vários de segunda, que adquirem os insumos. Há também a RioPol (controlada pelos grupos Suzano e Unipar), que possui a primeira e segunda gerações integradas.

Em 2005, o faturamento líquido do setor foi de R$ 169,3 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Segundo a instituição, entre 1990 a 2005, o consumo aparente de produtos químicos de uso industrial subiu 75%, demanda que foi atendida, na sua maioria, por importações. No mesmo período, a fabricação local cresceu 50%, enquanto que as exportações aumentaram 69%, tendo como principal destino o Mercosul.

Para a Abiquim, o forte crescimento das importações brasileiras de produtos químicos, que praticamente dobraram em dez anos, é um claro indicativo da necessidade de investimentos no setor para ampliação da capacidade e instalação de novas unidades industriais. Até 2010, há uma perspectiva de investimentos no setor da ordem de US$ 14,4 bilhões, capaz de gerar 5,7 mil novos empregos diretos — mas, ainda assim, o montante é insuficiente para conter o avanço das importações.


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