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Perdigão
Preparada para crescer - Com estrutura de capital mais flexível, companhia busca expansão em três novos nichos

, Perdigão, Capital AbertoFoi por pouco que ela não ficou entre as primeiras colocadas. Saiu-se bem em praticamente todos os quesitos, mas não resistiu ao item TSR-Ke, que mede a valorização da ação em relação ao custo de capital — e que, no caso da Perdigão, reflete claramente o desconto atribuído pelo mercado aos impactos provocados pela gripe aviária nos seus resultados. Ainda assim, merece destaque por sua ótima performance em governança, item em que pontuou com a nota máxima obtida entre as avaliadas.

A história da companhia com a governança corporativa começou em 1996, quando a administração atual entrou em cena após a venda do controle acionário para um grupo de fundos de pensão que incluem nomes como Previ, Petros e Sistel. “Eles queriam que a Perdigão fosse um espelho de como se deve tratar os acionistas minoritários”, afirma Nildemar Secches, presidente-executivo, lembrando que esses mesmos fundos pertencem ao bloco não- controlador em várias outras companhias e queriam que a Perdigão fosse um exemplo de como eles próprios gostariam de ser tratados nessas situações.

Quando foi criado o Nível 1 de governança da Bovespa, a companhia participou do grupo de inauguração. Depois, em dezembro de 2002, deu mais um passo e estendeu o direito ao tag along para os acionistas preferencialistas, na proporção de 80%. Este ano, promoveu a primeira reestruturação societária para transformar ações PN em ON e, com o prêmio de controle reduzido — já que o tag along havia sido concedido quase quatro anos antes —, fez a troca na base de 1 para 1.

Com a operação, a Perdigão integrou uma categoria nova de companhias que começou a transitar pelo mercado de ações brasileiro este ano, detentoras do chamado controle difuso. Trata-se de uma espécie de controle meio-a-meio, nem tão definido como quando se tem um bloco de controle com 50% mais 1 das ações com voto, nem tão pulverizado como quando todos os acionistas possuem frações bastante reduzidas do capital. No caso da Perdigão, os maiores acionistas, todos fundos de pensão, detêm atualmente cerca de 45% das ações, o que lhes reserva o “quase- controle”. Mas a nova composição acionária foi suficiente para que sua maior concorrente, a Sadia, aproveitasse a oportunidade do controle difuso para tentar uma oferta hostil em bolsa de valores — que foi rapidamente descartada pelo grupo de “quase-controladores”, que, com a ajuda de outros poucos, reuniram mais de 50% do capital e logo vetaram a proposta.

O controle difuso estimulou sua maior concorrente a apresentar uma oferta hostil em bolsa de valores

No episódio, porém, a Perdigão foi exposta a um dos mais importantes testes de governança aplicados às novatas do controle de tipo difuso. As ofertas hostis — e os poderosos mecanismos confeccionados para se proteger delas, chamados no mercado de poison pills — são alvo de intensas discussões sobre as melhores práticas de governança no mercado internacional há alguns anos e, pela primeira vez, estariam sendo experimentadas no Brasil.

No caso da Perdigão, a rápida negativa dos acionistas facilitou as coisas. Mas, se essa resposta não tivesse sido assim tão clara, os administradores da companhia estavam prestes a enfrentar uma longa batalha jurídica. A poison pill prevista no estatuto social, cuja redação dá margem a interpretações que podem torná-la mais ou menos venenosa, era forte candidata a tumultuar o cenário caso a intenção fosse partir para uma negociação da oferta. “Agimos para obter a resposta dos acionistas o mais rápido possível, cuidando para que as operações da companhia não fossem prejudicadas pela instabilidade criada com a oferta”, afirma Wang Wei Chang, diretor financeiro e de Relações com Investidores da Perdigão.

Mas o controle difuso não serviu apenas para arregalar os olhos da concorrente. Propiciou maior flexibilidade de capital para emissão de novas ações e captação de recursos. Em oferta realizada em outubro, a Perdigão obteve R$ 800 milhões para investir em três novos mercados: bovinos, margarinas e lácteos, suas apostas para os próximos cinco anos. A Batávia, adquirida em maio, foi o primeiro passo dessa estratégia. O objetivo é alcançar, com os novos segmentos, a mesma taxa de crescimento (em torno de 14%) registrada nos últimos anos com a atuação em suínos, aves e processados.


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