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O investidor cidadão

, O investidor cidadão, Capital AbertoAntes de falar sobre por que investir em empresas com melhores práticas de governança corporativa, é preciso entender esse conceito no mercado de ações. Trata-se de um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas e que tem como principal objetivo preservar e otimizar o valor da companhia, facilitando o acesso do investidor ao capital e contribuindo para a sua perenidade.

As empresas que possuem boa governança adotam três princípios básicos em sua administração: transparência, prestação de contas (accountability) e equidade (tratamento igualitário) para se relacionar com todos os interessados, os chamados “stakeholders” (acionistas, credores, empregados, fornecedores, sociedade, etc.).

, O investidor cidadão, Capital AbertoAlguns estudos do mercado apontam, inclusive, que os investidores institucionais estão dispostos a pagar mais por ações de empresas que tenham altos padrões de governança. Isso porque a valorização e a liquidez das ações são influenciadas positivamente pelo grau de segurança e pela qualidade das informações prestadas pelas companhias.

Portanto, antes de investir em uma empresa, verifique quais são as práticas de governança que ela oferece. Ao agir dessa maneira, você vai fazer um bom negócio não só para o seu dinheiro, mas também para a sociedade. Afinal, se você, acionista, aplicar seus recursos somente em companhias que respeitam os seus direitos e oferecem transparência ao mercado, às empresas não restará saída a não ser adotar esses preceitos, que, no fim das contas, são bons para todos.

NÍVEIS DIFERENCIADOS DE GOVERNANÇA

Criados em 2000 pela BM&FBovespa, os níveis diferenciados de governança corporativa são segmentos especiais de listagem desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, simultaneamente, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. Segundo dados da BM&FBovespa, em junho de 2010, havia 34 empresas listadas no Nível 1, 19 no Nível 2, e 106 empresas no Novo Mercado.

Companhias listadas nesses segmentos se comprometem, voluntariamente, com a adoção de práticas de governança corporativa adicionais ao que é exigido pela legislação. Confira a seguir o que cada nível oferece em relação à listagem tradicional:

SUSTENTABILIDADE

O tema sustentabilidade não é novo, mas ganhou peso na última década dentro das companhias e do próprio mercado de capitais. Hoje, há uma tendência mundial dos investidores de procurarem empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos financeiros.

Tais aplicações, denominadas “investimentos socialmente responsáveis”, consideram que empresas sustentáveis geram valor para o acionista no longo prazo. Isso porque estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais.

Atenta a esse cenário, a BM&FBovespa, em conjunto com várias instituições do mercado e do Ministério do Meio Ambiente, decidiu criar um índice de ações que servisse de referencial para os investimentos socialmente responsáveis, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). O programa foi lançado em dezembro de 2005 e formulado com base no conceito internacional “triple bottom line (TBL)”, que avalia, de forma integrada, elementos ambientais, sociais e econômico-financeiros. Aos princípios do TBL foram adicionadas outras três dimensões: governança corporativa, características gerais e natureza do produto.
O ISE é calculado pela BM&FBovespa em tempo real, considerando os preços dos últimos negócios efetuados no mercado à vista. As ações integrantes do índice são selecionadas, atualmente, dentre as 200 mais líquidas do pregão. Até 2009, esse número era de 150. A alteração faz parte de um aperfeiçoamento na metodologia do ISE, que vai contemplar também a criação de uma nova dimensão: a de mudanças climáticas.

INVESTIDOR RESPONSÁVEL

É chamado de investidor socialmente responsável aquele que toma decisões baseadas em critérios que consideram as práticas de responsabilidade socioambiental das empresas. Uma das formas de realizar esse tipo de investimento é aplicar em fundos de ações de empresas com práticas diferenciadas, que englobam governança corporativa, práticas sociais e de gestão ambiental. Afinal, uma empresa que adota genuinamente — e não por marketing — os conceitos de sustentabilidade não busca apenas lucro, mas um crescimento sustentável, que garanta ganhos para a companhia, para o acionista e também para o planeta.

Lançado em 2001, o primeiro “investimento verde” a que o investidor brasileiro teve acesso foi o Fundo de Ações Ethical do Banco Real (atualmente, Santander). Com a proposta inovadora de reunir apenas empresas com práticas de boa gestão e sustentabilidade, o fundo passou a servir de benchmark para outras instituições. No início de 2008, antes da crise, o patrimônio desses fundos totalizava cerca de R$ 2 bilhões.

A defesa pelos direitos humanos também tem mobilizado os investidores. Foi emblemática a venda em 2007, pelo megainvestidor Warren Buffett, dos papéis da PetroChina, estatal chinesa que explora petróleo no Sudão e gera recursos para o governo do país africano, que, por sua vez, financia as milícias árabes envolvidas numa guerra étnica em Darfur. Por isso, antes de investir, pesquise o quão engajada é a empresa nas questões de sustentabilidade. Você pode não colher hoje, mas com certeza no futuro vai saborear bons frutos das escolhas conscientes que fizer.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

As mudanças climáticas também já entraram na pauta do mercado de capitais. Na última conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assunto, ocorrida em 2009 na cidade de Copenhague, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a BM&FBovespa anunciaram o lançamento, até o fim deste ano, do Índice Carbono Eficiente.

Ele terá como base o Índice IBrX-50, composto das 50 ações mais negociadas na Bolsa. Quanto menor a relação entre as emissões desses gases e a receita da empresa, maior será sua eficiência. Com essa iniciativa, a BM&FBovespa e o BNDES pretendem não só incentivar as empresas brasileiras a mensurarem e gerirem suas emissões de gases causadores do efeito estufa, dando maior transparência ao assunto, mas também criar oportunidades de investimento para pessoas sensíveis às questões ambientais.


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