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Mais pedras no caminho

Os fundos de private equity construíram uma história louvável no Brasil. Mais atuantes desde a segunda metade da década passada, eles tiveram um começo difícil. Enfrentaram a bolha da internet e as dificuldades econômicas do início dos anos 2000. Fundos constituídos para participar das privatizações vivenciaram brigas societárias espalhafatosas, como as protagonizadas pelo empresário Daniel Dantas e as fundações que tiveram o infortúnio de se juntar a ele.

Tampouco era fácil convencer os empreendedores naquela época. Eles mal conheciam essa modalidade de investimento. Era preciso muito gogó para driblar também as críticas ácidas, vindas de gente influente, sobre os estragos provocados pelo private equity nas empresas investidas. Dizia-se que eles estrangulavam estruturas e pessoas em busca de ganhos rápidos, sem uma preocupação mais verdadeira com a sustentabilidade do negócio após a sua saída.

Era preciso conviver com taxas de juros elevadíssimas, por pouco capazes de eliminar o interesse pelo private equity. Sem falar no esforço para encontrar bons projetos. Era uma odisséia achar aquele que remuneraria o capital investido, à luz do pesado custo de oportunidade imposto pelos juros elevados.

Era dura a vida desses gestores. Mas deixou de ser. Com boa lábia, eles convenceram os preguiçosos e conservadores fundos de pensão a olhar com mais atenção para o chamado capital de risco. Cruzaram oceano e foram atrás dos recursos pujantes acenados pelos exigentes fundos endowment. Atraíram empreendedores talentosos e os educaram a gerir uma empresa para dar lucro — muito lucro. Pegaram a onda “perfeita” dos IPOs e se desfizeram de suas participações com retornos fabulosos.

Nesta edição especial dedicada ao mundo do private equity, vocês verão que esses fundos, no Brasil e no mundo, após anos de glória, estão mais uma vez diante de uma fase crítica. É verdade que os gestores capitalizados têm excelentes oportunidades de compra pela frente, em vista dos ativos depreciados pela crise internacional. Mas uma maré revolta se avizinha. Para essa fartura de ativos supostamente baratos, sabe-se que não será nada fácil chegar a um bom termo sobre o preço a pagar. Na esteira da crise, referências de valor simplesmente desapareceram.

A porta de saída dos IPOs se fechou, ao mesmo tempo em que compradores estratégicos estão temerosos com o futuro e sem funding. Captar recursos será tarefa igualmente árdua para os gestores. No exterior, investidores chegam próximo de seus limites de participação em capital de risco. No Brasil, fundos de pensão assustados com a crise e com os prejuízos em bolsa preferem deixar para depois as conversas sobre investimentos em private equity.

Tudo isso não torna menos relevantes os desafios que já existiam. É premente para a indústria uma auto-regulação que discipline a conduta dos gestores e padronize as práticas de divulgação. Aos fundos que captam no mercado local, é recomendável chegar a um acordo sobre a polêmica participação dos cotistas nos comitês de investimento. No cenário externo, nossos gestores permanecem carentes de um marketing vibrante, capaz de torná-los competitivos diante da pujança de China e Índia — como mostra a reportagem de Danilo Gregório, enviado especial ao prestigiado fórum anual da Empea, realizado em Londres, no início de novembro. Continuem a explorar esses assuntos nas próximas páginas. Boa leitura!


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