As apresentações públicas são um símbolo do avanço das práticas de RI no Brasil. Elas se tornam mais freqüentes na medida em que cresce o interesse das companhias em se aproximar de analistas e investidores e cultivar com eles um relacionamento amistoso.

Por trás da assiduidade que se vê hoje nesses encontros, está o trabalho da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Há muitos anos, desde que sua sigla era Abamec, a associação vê, nessas apresentações, uma forma de incentivar a interação com a comunidade de analistas e investidores — além, claro, de uma fonte de receita extra para as suas atividades. Bem-sucedidas, elas passaram a se chamar “reuniões Apimec” e, a exemplo de marcas famosas, cujos nomes se sobrepõem ao termo genérico (como Gillette e Bombril), tornaram-se sinônimo de reuniões com analistas e investidores, mesmo quando o encontro não leva a chancela da associação.

Adeptos desses encontros, os RIs ousaram extrapolar regiões geográficas e dirigir suas apresentações para determinados públicos. Foi assim que o Banco do Brasil passou a realizar “Apimecs” por todo o Brasil, a Cemig levou suas apresentações para os quatro cantos do globo, e a Petrobras, dona de uma enorme base de investidores individuais, decidiu promover eventos com as mesmas características, voltados a pessoas físicas.

Há ainda outro tipo de encontro com investidores, menos badalado pelos RIs, mas de fundamental importância: as assembléias de acionistas. Devido à estrutura acionária predominante no Brasil, em que há sempre um acionista controlador com voto majoritário, elas nunca foram prestigiadas. Mas, em tempos de companhias de controle pulverizado ou sem controlador definido, as assembléias se tornam uma pedra no caminho dos administradores quando não atingem o quórum necessário. A Lojas Renner possui o capital totalmente disperso e conhece bem esse problema, como vocês verão a seguir.