O boom do mercado de capitais nos últimos anos transformou os profissionais de RI em alvo dos headhunters. De uma hora para outra, empresários resolveram abrir o capital de suas companhias e viram cair a ficha de que o mercado não estava preparado para esse cenário. Não era para menos. Com tantos anos de desinteresse das companhias pela bolsa de valores nacional, faltavam bons motivos para jovens talentos dedicarem suas carreiras à área de RI.

Pois o mercado mudou de rumo mais rápido do que qualquer um podia imaginar. Quem estava no lugar certo, na hora certa, se deu bem, mas quem precisava contratar se viu em maus lençóis. Empresas novatas que buscavam um profissional para tocar o departamento de RI tiveram de aceitar pagar caro pelos poucos experientes que encontravam. Ou então optar por chamar gente boa e de confiança, externa ou da casa, mas sem vivência na área. Se montar uma área de RI de excelência nunca foi uma empreitada fácil, com a escassez de “mão-de-obra” especializada a dificuldade ficou ainda maior. É nesses momentos que os bons exemplos merecem ser bem estudados para, quem sabe, copiar uma idéia aqui ou uma solução engenhosa ali.

Neste capítulo, retratamos o funcionamento de uma das áreas de RI mais reconhecidas por sua competência. Sob a liderança de um profissional experiente, essa equipe deixa claro que está aí para ser a melhor. Diante das mudanças recentes, representa uma espécie de velha geração — sua empresa não está no Novo Mercado, não possui o controle difuso e tampouco conta com dispositivos “modernos” no estatuto social como as tais poison pills. Mas vive com a antena ligada, observa tudo o que se faz aqui e lá fora e busca sempre um espaço novo para destacar as suas práticas de RI.