Gigante popular
Apesar do lucro menor, Petrobras é destaque em valorização das ações e se prepara para chegar a um dos níveis especiais da Bovespa. Antes disso, porém, terá de resolver as dúvidas sobre o pré-sal

, Gigante popular, Capital AbertoGrandiosa como poucas, a Petrobras é sempre notícia. Não apenas para seus investidores, dentre eles 320 mil brasileiros pessoa física, mas também para toda a comunidade econômica. Terceira colocada dentre as Melhores Companhias para os Acionistas, na categoria com valor de mercado superior a R$ 15 bilhões, a Petrobras se prepara para um dos maiores projetos de sua história: o pré-sal. Desde que foi anunciada a primeira descoberta de petróleo nos reservatórios que ficam abaixo da camada de sal, a mais de 5 mil metros de profundidade, a companhia passa por um turbilhão de informações –– e sabe que seus mecanismos de comunicação com o investidor passarão por uma prova de fogo.

A Petrobras é um caso especial no mercado brasileiro. É o ativo mais negociado da bolsa brasileira e representa mais de 17% da carteira teórica do Ibovespa. Além disso, por ser uma estatal do petróleo, está sujeita às questões políticas e técnicas oriundas da União, sua controladora, e do regulador da área, a Agência Nacional de Petróleo (ANP). A maneira como a nova área será explorada ainda é uma incógnita, mas o número de hipóteses já levantadas promete levar seus acionistas a um verdadeiro passeio de montanha-russa.

Almir Barbassa, diretor financeiro e de Relações com Investidores (RI), assegura que os acionistas da companhia serão os primeiros a conhecer qualquer novidade sobre o Pré-sal. Mas, paralelamente, continuam a surgir notícias que afetariam o bolso do investidor (inclusive aqueles incentivados pelo próprio governo a alocar recursos do FGTS nas ações da companhia), como a criação de uma nova estatal para exploração da área ou até mesmo a possibilidade de aumento de capital para ampliação da participação da União.

O futuro da Petrobras tem hoje diversas lacunas, mas o fato é que, ao longo dos últimos anos, muitos aperfeiçoamentos foram feitos para manter a atratividade perante o acionista. No item governança corporativa, a Petrobras recebeu nota 6,8 (resultado absoluto) no ranking da CAPITAL ABERTO — na escala de zero a dez, cravou a nota 8,02. Perdeu pontos por não disponibilizar mais informações sobre contratos com partes relacionadas e nem um manual de assembléia detalhado, acompanhado de procuração de voto eletrônica (e procuradores previamente designados para a representação do acionista). A companhia também foi penalizada por não fazer parte de nenhum dos níveis diferenciados de governança da Bovespa ou oferecer benefícios equivalentes aos seus acionistas.

A situação, no entanto, promete mudar. Desde 2000 a companhia registrou avanços, como o conselho de administração formado por nove membros, dentre eles quatro representantes de minoritários. Foi incluído no estatuto social o princípio de responsabilidade, em que os conselheiros respondem como pessoa física, mesmo quando indicados ao cargo pelo governo. Para os próximos meses, Barbassa garante que está prevista a migração da Petrobras para um dos níveis diferenciados de governança corporativa da Bovespa. “É provável que isso aconteça em 2009, porque agora estamos num momento crítico entre a descoberta do pré-sal e a análise de como o projeto será executado”, diz. O destino da companhia são os níveis 1 ou 2 da Bovespa, segmentos que admitem ações preferenciais, as mais líquidas da companhia (77% das PNs estão em circulação). Já o Novo Mercado, por permitir apenas a listagem de ações ordinárias, é uma realidade mais distante.

Apesar das incertezas relacionadas à sua operação e à volatilidade do mercado externo, a companhia gerou o segundo maior Total Shareholder Return (TSR-Ke), índice que mede o retorno econômico das ações acima do custo de capital próprio, entre as companhias avaliadas. Entre junho de 2007 e junho de 2008, proporcionou retorno de 100% aos seus acionistas, atrás apenas de Fosfértil e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que renderam 122% no período. O bom desempenho é decorrente do sucesso exploratório e do aumento de produção de petróleo e derivados, além de energia elétrica. “Trabalhamos para manter o ritmo de crescimento e temos boas perspectivas para isso”, garante Barbassa. Já o resultado econômico medido pelo EVA não foi tão bom assim. Caiu 4% de 2006 para 2007. A lucratividade foi afetada pela redução no valor dos ativos no exterior, devido à apreciação do real, e por acordos feitos com os empregados para alterar o plano de pensão da companhia, que representaram uma despesa adicional de R$ 1,6 bilhão.

Outra meta da Petrobras é diversificar a base de acionistas. Para o mercado local, as principais estratégias são a participação constante em eventos e reuniões de acionistas, além da manutenção das ações, via split (desdobramento do papel), entre R$ 20 e R$ 50. A busca de novos investidores estrangeiros também está nos planos da companhia, que mantém um de seus gerentes de RI baseado nos Estados Unidos. “Buscamos aplicadores dos Estados Unidos, da Europa e do Japão, este último um país que olha muito para o Brasil e com o qual mantemos um bom relacionamento histórico”, conta Barbassa, lembrando que outros mercados da Ásia, como Cingapura e Hong Kong, também são alvo da companhia.


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.