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Esforço compensado
Com a determinação de ampliar a liquidez das ações em bolsa, Unibanco se torna a instituição financeira com o maior percentual de papéis em poder do mercado

, Esforço compensado, Capital AbertoO que fazer se você atua em um mercado onde quem regula sua atividade é um competidor, os concorrentes têm quase o dobro do tamanho, as oportunidades de crescer por meio de aquisições estão escasseando a olhos vistos e — mais importante que tudo — onde vender seu negócio é uma não-opção? A alternativa mais plausível é obter o máximo de recursos possíveis para ampliar organicamente sua empresa, contando com o mercado de capitais para financiar as iniciativas de expansão. É exatamente o que vem fazendo o Unibanco, premiado como a Melhor Companhia para o Acionista na categoria de valor de mercado acima de R$ 15 bilhões.

Desde 1994, o terceiro maior banco privado de capital nacional vem aperfeiçoando sua estrutura societária para captar o máximo de recursos no mercado, sem, com isso, alterar sua estrutura de controle acionário. Para obter mais recursos vendendo suas ações, o banco mirou no ponto que mais vinha emperrando, historicamente, o seu desabrochar na bolsa: a liquidez. “Em 1997, percebemos que nossos papéis eram mais negociados em Nova York do que no Brasil”, diz Geraldo Travaglia, vice-presidente corporativo do Unibanco. “Para transferir parte dessa liquidez para cá, precisávamos de um processo arrumado.”

A primeira medida foi tão simples quanto óbvia, e com bons resultados. O banco reduziu o valor do lote mínimo de ações passível de negociação. “Notamos que havia candidatos a acionistas que não se animavam a comprar ações porque teriam de desembolsar quantias elevadas, mais de R$ 10 mil”, diz Travaglia. Com a redução do lote mínimo, mais pessoas puderam comprar pequenos lotes de ações sem ter de arcar com a distorção de preços do mercado fracionário.

Outra medida foi reformular os papéis em circulação. Há dois títulos do Unibanco listados em bolsa: as ações do próprio banco e as da Unibanco Holdings, uma holding pura, cujo único ativo são as ações do banco. Gosto pela complicação? Não, uma decisão estratégica para poder captar mais dinheiro sem ter de diluir as participações dos controladores. “Lançamos uma unit que incluía uma ação preferencial do banco e uma ação preferencial da holding e centramos todos os nossos esforços em aumentar sua liquidez”, diz Travaglia. Finalmente, o Unibanco aproveitou a decisão de alguns bancos internacionais — como o japonês Dai-Ichi Kangyo, o alemão Commerzbank e o português Caixa Geral de Depósitos — de vender algumas das ações do banco que possuíam. Em vez de meramente comprar esses papéis e mantê-los em tesouraria, o Unibanco resolveu destiná-las ao mercado, aproveitando o poder de distribuição de sua rede de agências. Como resultado, tornou-se a instituição financeira com o maior percentual de ações não pertences ao bloco de controle em negociação na bolsa. Segundo Travaglia, 76% do capital total está em circulação no mercado, no Brasil e nos Estados Unidos.

“Nós montamos uma máquina de financiar o consumo, em um país onde, historicamente, há pouco crédito”

Todo o esforço seria inócuo se o banco não apresentasse, também, bons resultados financeiros e boas perspectivas. “Ações que apresentam uma estrutura arrumada de proventos se vendem por si mesmas”, diz Travaglia. Nesse ponto, o Unibanco tem apresentado bons resultados. O Total Shareholder Return, indicador que mede a rentabilidade para o acionista considerando a valorização das ações e os proventos pagos, foi de 35,7%. As ações do banco apresentaram desempenhos bons, mas bastante díspares, no mercado. As ações ordinárias desempenharam particularmente bem, devido às expectativas do mercado de que, em algum momento, algum concorrente faça uma oferta irrecusável pelo Unibanco.

Enquanto os profissionais de mercado especulam, o Unibanco trata de melhorar sua rentabilidade. A geração de valor para o acionista medida pelo Economic Value Added (EVA), calculado pela consultoria Stern Stewart, cresceu 3,8% entre 2005 e 2006. A rentabilidade patrimonial do Unibanco, que era levemente inferior à de seus concorrentes privados brasileiros, está aos poucos se equiparando à média do mercado. Avançou de aproximadamente 17% ao ano em 2002 e 2003 para os 25% atuais.

Travaglia afirma que esse crescimento deve continuar, por meio da expansão orgânica das atividades do banco, especialmente no financiamento ao consumo. Além da financeira Fininvest, a instituição tem cerca de 5 milhões de cartões de crédito e uma rede afiliada de aproximadamente 160 mil estabelecimentos com forte penetração no Nordeste, obtida por meio da compra da administradora de cartões de crédito regional Hipercard. “Essa estrutura vai sustentar nosso crescimento no nicho de pequena e média empresa, oferecendo serviços como folha de pagamentos e gestão de caixa”, diz o executivo. “O mercado aos poucos vai percebendo que nós montamos no Unibanco uma máquina de financiar o consumo, em um país onde historicamente há pouco crédito.”


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