Pesquisar
Close this search box.
Eles trabalham lado a lado
No Bradesco, conselheiros ocupam a mesma sala, sem divisórias, e reúnem-se uma vez por semana — é isso mesmo, mais de 50 reuniões por ano

, Eles trabalham lado a lado, Capital AbertoReunir os membros do conselho administração religiosamente todas as semanas pode parecer impraticável numa grande corporação. Mas não é. No Bradesco, um dos maiores bancos brasileiros, acontece exatamente assim. Na sede da empresa, na Cidade de Deus, em Osasco (SP), oito dos nove conselheiros prestam expediente quase que diário, dividindo, inclusive, a mesma sala com os diretores da instituição.

Os encontros semanais são uma consequência natural dessa sinergia, explica o diretor de relações institucionais (RI), Domingos Figueiredo de Abreu. “O fato de os membros estarem próximos contribui para o acompanhamento das atividades do banco, um dos papéis do conselho de administração”, afirma. As reuniões semanais e as quatro trimestrais do colegiado dão à instituição a média anual de cerca de 50 encontros. Em qualquer uma delas, pode haver deliberação.

O acompanhamento constante decorre de outra característica peculiar no banco. Os conselheiros conhecem bem onde estão pisando, uma vez que dedicaram suas carreiras à instituição. Luiz Carlos Trabuco Cappi, atual diretor-presidente, e seus antecessores, Márcio Cypriano e Lázaro de Mello Brandão, são exemplos. Eles percorreram a trajetória típica dos executivos do Bradesco, galgando posições a partir de cargos como o de escriturário ou gerente. “O Bradesco tem uma cultura interna muito forte nesse sentido, e a composição do conselho busca preservar isso”, diz , Eles trabalham lado a lado, Capital AbertoAbreu. Completam o grupo outros três ex-diretores e dois membros da família Aguiar — netos do fundador da instituição, Amador Aguiar, também funcionários da empresa. Há ainda um conselheiro independente, indicado pelo Banco Espírito Santo, um dos sócios minoritários.

Nas reuniões, as conversas são em torno dos acontecimentos da última semana. “É mais uma ocasião para prestação de contas do que para deliberação”, explica Abreu. Mário da Silveira Teixeira Júnior, um dos membros do conselho, participa dessa missão trazendo informações do comitê de auditoria, do qual também faz parte. Esse comitê, por sua vez, bebe na fonte ao se reunir com os principais departamentos da instituição, a cada seis meses, buscando detectar problemas e propor melhorias. Esse, segundo Abreu, é o principal elo formal da diretoria com o conselho. Informalmente, porém, essa comunicação ocorre o tempo todo. Afinal, conselheiros e diretores ocupam a já folclórica sala sem divisórias do prédio-sede do banco.

Uma das vantagens é a agilidade. “Todos os membros conhecem bem o que estão discutindo, o que torna as conversas mais fluidas e rápidas”, diz o diretor de RI. As reuniões semanais podem, portanto, perder o caráter de simples feedback semanal e ganhar importância caso esteja em pauta uma grande decisão estratégia. “Se tivermos de fazer uma proposta para participar de alguma competição, o conselho pode se reunir e aprovar rapidamente. O formato dá esse conforto.” Alguns grandes negócios fechados pela instituição nos últimos anos se aproveitaram dessa facilidade, confirma o diretor. Outro fator que diferencia a tomada de decisão é o comprometimento exclusivo dos membros com o banco. À exceção do independente, o português Ricardo Espírito Santo Silva Salgado, que entrou em 2001, nenhum dos nove conselheiros participa do conselho de outra companhia.
A predominância dos conselheiros “prata da casa”, e em regime de dedicação exclusiva, por enquanto, só trouxe benefícios, acredita Abreu. “Riscos sempre existem. Mas avaliamos que eles são mais do que compensados pelos benefícios.” A experiência — alguns, como o presidente do conselho Lázaro de Mello Brandão, têm nada menos que 67 anos de casa — e a proximidade física dos conselheiros com a instituição trazem rapidez e segurança tanto às decisões mais simples como à deliberação de grandes temas. “O desafio é continuar provando que esse modelo funciona”, diz Abreu. O histórico mostra que são boas as chances de eles conseguirem.


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.