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Crescendo em parceria
Da participação na Go Wap até a venda da Compera nTime para o sul-africano Naspers, a Rio Bravo viu uma empresa se transformar

, Crescendo em parceria, Capital AbertoInvestir em inovação é, na maioria das vezes, apostar na linha tênue entre virar uma febre de consumo e cair no total esquecimento. O fato é que ideias novas nem sempre geram negócios sustentáveis. O boom da internet da década de 90 comprovou isso. Trouxe ao mercado inúmeras empresas dispostas a entregar o crescimento encantador prometido pelo mundo virtual, mas logo sepultou várias delas. Como toda crise, no entanto, essa também teve seu lado bom. Serviu como uma espécie de seleção natural dos melhores negócios, ajudou a popularizar o uso da internet e criou um mercado para que as sobreviventes ajustassem seus negócios. Foi nesse contexto que o Investch I, fundo de venture capital da Rio Bravo, encontrou uma de suas melhores apostas.

O fundo de R$ 4 milhões de patrimônio líquido, composto de recursos da própria gestora (60% da carteira) e da resseguradora Swiss Re (40%), tinha uma pequena participação na GoWap, empresa que desenvolvia aplicativos para celular. Atualmente, é fácil visualizar o que é um aplicativo móvel. Os celulares funcionam como verdadeiros computadores, recheados de programas que permitem enviar mensagens, acessar serviços e passar o tempo com jogos. No início da década, contudo, tais aplicativos representavam a vanguarda tecnológica e se restringiam a troca de mensagens.

Mas o potencial desse mercado foi suficientemente atrativo para que a GoWap fosse incorporada pela Intraweb, empresa que desenvolvia intranet e extranet para empresas. Na operação, ocorrida em 2001, a Rio Bravo aumentou sua participação na empresa resultante, que a essa altura passou a adotar uma nova marca, a Compera. Desse momento até 2008, quando vendeu a participação, a Rio Bravo viu o seu investimento multiplicar-se por quatro.

“Muitos contratos garantem ao investidor poder total sobre a empresa. Não estávamos interessados nesse tipo de acordo”

Durante a parceria, a Compera cresceu e se transformou. Deixou de ser apenas uma vendedora de softwares para se tornar uma fornecedora de serviços para celular. A mudança lhe garantiu uma nova dinâmica de fluxo de caixa, com receitas mensais consistentes. Trocou novamente de nome ao se fundir com a nTime, passando a se chamar Compera nTime. “A Rio Bravo teve participação importante no direcionamento estratégico. Era minoritária, mas participava das reuniões de conselho para nos auxiliar no planejamento de longo prazo”, explica Fabrício Bloisi, fundador e CEO da empresa. A gestora também fez o papel de cobrar resultados na última linha do balanço.
“É uma relação tensa, porque o investidor está focado em retorno, mas muito construtiva”, diz.

Bloisi se manteve à frente do negócio durante todo o tempo. Essa não era uma condição previamente acordada, mas um ponto importante para fechar o negócio. “Muitos contratos de investimento garantem ao investidor poder total sobre a empresa, mesmo sendo minoritários. Nós não estávamos interessados nesse tipo acordo”, conta o executivo que, antes de fechar a sociedade com a Rio Bravo, analisou propostas de grandes empresas internacionais do ramo de internet, fundos de capital semente, bancos de fomento e investidores-anjo.

De 2001 a 2008, a Rio Bravo viu o valor de seu investimento na Compera multiplicar-se
por quatro

Para a Rio Bravo, o sucesso das operações de venture capital começa na seleção das empresas. Nesse período, é melhor não ter pressa. Um negócio pode levar vários meses para ser concretizado. “Precisamos conhecer o executivo da empresa e saber como ele irá conduzir o negócio”, afirma Marcelo Romeiro, gestor do fundo. É essencial saber se essa pessoa está preparada para aproveitar as oportunidades que surgirem no mercado. O contato oficial se dá pelo conselho de administração, mas, na prática, o diálogo é rotineiro. “Ao contrário do que acontece em uma grande companhia, em que o executivo principal está cercado de diretores e gerentes, o comandante de uma empresa pequena é mais solitário no poder e precisa dessa troca”, conta Romeiro.

Na área da inovação, vale lembrar, as melhores chances aparecem de uma hora para outra. Romeiro recorda que a Compera nTime não colheu todos os resultados que poderia ter obtido com a moda dos ringtones — músicas que servem de toque personalizado para celular. Mas o posicionamento da empresa quando surgiu a segunda grande moda do telefones móveis, os serviços de mídia, foi bem mais acertado. Tanto que despertou o interesse do grupo estratégico que ficou com a participação detida pela Rio Bravo.

O comprador foi a MIH Holdings, do grupo sul-africano Naspers — o mesmo que investiu na Editora Abril. “A Naspers acredita que a próxima grande onda de mídia envolverá o celular”, esclarece Romeiro, que não revela os valores da transação. Na carteira do Investech I, resta apenas a Direct Talk, empresa que oferece soluções de marketing para internet.


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