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Brigas no conselho
Celesc é alvo de pesadas críticas por parte do representante dos acionistas minoritários

, Brigas no conselho, Capital Aberto“O conselho é o pescoço e a empresa é a cabeça. A cabeça pode ser boa, mas quem a faz virar é o pescoço.” Essa é a analogia que Sérgio Rodrigues Alves, atual presidente da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), utiliza para ilustrar o papel do conselho de administração da companhia. Também membro representante do acionista majoritário — o Estado de Santa Catarina — no conselho, Alves vê nesse órgão a finalidade de dar as grandes diretrizes da companhia. “No fundo, quem manda é o conselho, porque é ele quem determina os princípios, as prioridades e o que vai ser cobrado.”

Na Celesc, o conselho de administração é formado por 13 membros, sendo sete deles indicados pelo acionista controlador, três apontados pelos acionistas minoritários, um membro representante dos empregados, e dois indicados pelos consumidores — um pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e outro pelo Conselho de Consumidores da Celesc.

Equilibrar essa cabeça é uma tarefa em desenvolvimento. Desde 2002, quando a Celesc ingressou no Nível 2 de governança corporativa da BM&FBovespa, mudanças ocorreram no sentido de garantir melhores práticas de governança. Um exemplo foi quando, em 2005, o cargo de presidente executivo deixou de coincidir com o do presidente do conselho de administração, que passou a ser ocupado por Glauco José Côrte. Foram também criados quatro comitês de assessoramento: de assuntos estratégicos e comercial; de recursos humanos; financeiro; e jurídico e de auditoria.

, Brigas no conselho, Capital AbertoA existência deles é, para Côrte, um ponto forte. Os comitês têm seu próprio calendário, discutem os assuntos, examinam as pautas e preparam material para as reuniões, que acontecem a cada 45 dias. O conselho conta também com competências em áreas diversas e um time qualificado. “Gente com experiência de mercado e experiência de vida vivida”, pontua Alves.

A opinião de que o conselho está indo no caminho certo, contudo, não é unanimidade entre os conselheiros. Arlindo Magno de Oliveira, representante dos acionistas minoritários e membro do comitê de recursos humanos e do comitê jurídico e de auditoria, afirma haver uma crise interna na companhia, que se reflete no conselho. “É um caso de desgovernança. O único comitê que funciona é o jurídico, desde o ano passado. De resto, nada funciona. É para inglês ver.” Para Oliveira, não há transparência no orçamento e nem prestação de contas da gestão para os conselheiros. Na prática, ainda segundo ele, interesses políticos se sobressaem aos da companhia.

Apesar das críticas ferrenhas, Oliveira acredita na Celesc. “É uma companhia maravilhosa, tem potencial, mas precisa mudar esse modelo.” Questionado sobre as declarações de Oliveira, Côrte defende o conselho: “Quem pode falar sobre os comitês são os participantes, mas em todas as reuniões há espaço para que eles exponham seu relato”. Sergio Alves, por sua vez, observa que o momento é de reestruturação na empresa, o que acaba gerando desconforto e crises pontuais. E Côrte completa: “Há situações que motivam discussões, mas é salutar haver pontos de vista diferentes”. Afirma que nunca recebeu nenhuma orientação, nem recomendação, para dar encaminhamento a qualquer assunto a partir da ótica política.

Ex-conselheiro e hoje investidor com 12% do capital, Lírio Parisotto também apareceu nos últimos meses na imprensa catarinense criticando a qualificação dos gestores da companhia quando Eduardo Pinho, hoje não mais no cargo, ainda era presidente da Celesc. “O conselho não é levado a sério, a cada dia é um estresse”, declarou Parisotto.

E não foram apenas as discussões internas que colocaram à prova a empresa e os conselheiros. Em meio à crise mundial, que desestabilizou todo o mercado, as enchentes no Vale do Itajaí no fim de 2008 não apenas causaram mortes e desalojamentos como ameaçaram o sistema de distribuição da Celesc. Os custos operacionais prejudicaram o desempenho da companhia no primeiro trimestre deste ano, e o conselho teve de trabalhar dobrado para criar alternativas, encomendar pesquisas e fazer análises que minimizassem os custos. Foi feito um programa de redução de despesas, materiais e serviços, com melhorias nos processos de compras.


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