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Herança no sangue
  • outubro 30, 2016
  • Bimestral, Princípio, Edição 152
  • . CVM, princípio, Cláudia Beldi, Splice, Banco Petra, Finaxis, Beldi, Alexandre Beldi

A engenheira elétrica Cláudia Beldi aprendeu ainda pequena, com o pai empresário Alexandre Beldi, a sempre ajudá-lo de alguma forma nos negócios. Quando voltava da escola, em Sorocaba, passava a tarde com ele no escritório, pronta para tirar xerox, levar papéis de uma mesa para outra ou atender ligações. Aos 9 anos ela já se sentia parte do empreendimento: afinal, ocupava uma cadeira de telefonista na empresa de Beldi e era devidamente recompensada todo começo de mês com uma visita à papelaria — para que seu “salário” fosse pago em cadernos e canetas coloridas.

Fotos: Régis Filho

Fotos: Régis Filho

Dono do grupo de telecomunicações Splice, que em 1998 tornou-se nacionalmente conhecido ao disputar com a France Telecom — e levar — a Tele Centro Oeste (TCO) no leilão de privatização da Telebras, Alexandre Beldi teve oito filhos e os educou com clareza de propósitos: os três homens seriam preparados para trabalhar nos negócios da família, e as mulheres para serem mães. A exceção foi Claudia, a caçula, que “por sorte”, escapou do “destino feminino” das irmãs. “Nasci quando meu pai já tinha 45 anos e, talvez como sinal da maturidade, ele tenha me criado para ser independente”, diz a herdeira e atual presidente do Banco Petra, recentemente rebatizado Finaxis.

Em 2004, depois de ser telefonista, fazer solda de placa em chão de fábrica, estudar na França, montar uma academia de ginástica e trabalhar no banco da família, Cláudia decidiu ajudar empresas a se financiar. Descobriu na época um produto novo, que empacotava num fundo os direitos creditórios de empresas que quisessem captar recursos a custos mais baixos que os oferecidos pelos bancos. Juntou R$ 50 milhões, entre dinheiro próprio e do pai, e contratou a corretora Petra para administrar e custodiar o FIDC que usaria para investir em direitos creditórios de empresas médias. “Intuí que a desintermediação financeira era um negócio do futuro”, recorda-se.

Três anos depois, foi a hora de dar um passo maior: unir-se aos sócios da corretora e criar um banco de serviços voltado exclusivamente a administração e custódia de FIDCs. O caminho, contudo, não seria curto. Na ocasião, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exigia que, para prestar o serviço, a empresa de Cláudia se tornasse de fato um banco. O registro demorou outro trio de anos para ser liberado pelo Banco Central. Saiu em janeiro de 2010, quando nasceu o Banco Petra. O sinal verde teria sido acompanhado de muita comemoração pela empreendedora não fosse a morte do pai, apenas três meses depois.

Desenlaces

Beldi legou para os herdeiros um império empresarial que os deixaria ricos — e separados — para sempre. Fundada em 1971, a Splice começou destacando-se no fornecimento de equipamentos de transmissão e infraestrutura de redes. Neste início da década de 1970, chegou a gerar em torno de 10 mil empregos diretos e indiretos no setor de telecomunicações. A partir de 1997, mudanças estratégicas fizeram com que a Splice ingressasse em novos ramos de atuação. Hoje, a holding abriga cerca de 40 empresas, que estão nas áreas imobiliária, de infraestrutura, educação e mobilidade urbana. A Splice é dona, por exemplo, do Grupo BRVias, que busca oportunidades de investimento em projetos de infraestrutura no setor de concessões de rodovias, e do Centro Universitário Newton Paiva, de Minas Gerais.

Com a morte do patriarca, os filhos e a mãe iniciaram uma ruidosa disputa pela herança. No comando do grupo, o primogênito Antonio Roberto Beldi foi acusado pelas irmãs de esconder uma parte da herança em paraíso fiscal. A tristeza com a morte do pai e o esfacelamento familiar fizeram Cláudia tirar o pé do acelerador. Era a hora de os sócios Fernando Marques de Marsillac Fontes e Ricardo Binelli, ex-donos da corretora Petra e associados a ela no novo banco, assumirem a linha de frente. Cláudia recolheu-se ao posto de presidente do conselho.

Mais três anos e a contenda familiar ainda fervilhava nos tribunais, mas já arrefecia no coração de Cláudia. A fundadora do Banco Petra decidira parar de brigar e seguir um caminho próprio, mergulhando naquilo que adorava: o trabalho. “Minha verdadeira herança é o que eu tenho no sangue. Esse é o patrimônio que ninguém tira de mim”, diz, emocionada, referindo-se ao espírito empreendedor e intuitivo do pai, que ainda no comando das empresas tinha o hábito de pedir pão com mortadela na mesa da copa do escritório para, junto com a filha e os principais executivos, tomar decisões.

Um desenlace adicional, entretanto, aguardava Claudia. Ao se voltar para o banco, sentiu diferenças de estilo e de visão de mundo em relação a seus sócios, que logo perceberia não poder conciliar. A solução foi propor a separação. Em 2013, iniciou uma reorganização societária que viabilizaria a saída de Fontes e Binelli do banco e estaria concluída apenas em maio deste ano. A partir de então, Cláudia pôde finalmente assumir a condução do negócio de capitalização de médias empresas com o qual sonhara anos antes. Seu trabalho tem sido intenso. Mudou a diretoria, estabeleceu valores e implementou processos na empresa que ela ainda gosta de definir como startup. Além disso, passou a oferecer aos funcionários transparência de números, instalou o mecanismo de colegiado para deliberações e contratou mais mulheres para o quadro de colaboradores, que hoje somam 170. “As mulheres lidam melhor com pressão, estresse e frustração.” Por fim, escolheu um nome novo para o banco: Finaxis.

 

principio-2

Cláudia observa o fato de o ambiente econômico adverso estar a seu favor. O volume de recursos administrados pelo Finaxis passou de R$ 2,5 bilhões em 2011 para R$ 10,4 bilhões atualmente. A receita operacional cresceu 344% nesse período, de R$ 10,39 milhões para R$ 46,17 milhões. A crise brasileira, diz, ajuda ao fazer mais empresas precisarem de recursos ao mesmo tempo em que menos bancos se interessam pela administração de FIDCs — “um segmento de nicho e com pequena margem de rentabilidade”. A empresária orgulha-se de ter acreditado nos fundos de direitos creditórios quando eles ainda eram jovens no Brasil. “Eu conheço na pele a dor que o industrial sente para obter crédito”, afirma. Ao ajudar empresários, Cláudia se conecta de certa forma com o seu ídolo. Aquele que ela estava sempre pronta para auxiliar tirando xerox, atendendo o telefone ou simplesmente providenciando a mortadela do sanduíche.


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