O mundo dá voltas
Estrangeiros com empresas no Brasil já não olham com o mesmo desdém para o mercado nacional

Durante muito tempo as empresas com controlador estrangeiro não mostraram interesse por manter suas subsidiárias brasileiras na bolsa de valores. Foi assim com Lojas Renner (quando em poder da J.C. Penney), White Martins (sob o controle da norte-americana Praxair) e, mais recentemente, com a Arcelor Brasil (hoje controlada pela indiana Mittal). De uns tempos para cá, porém, parece que o mercado de ações no Brasil deixou de ser dispensável para os grupos de outras nacionalidades

Este ano, ingressaram na Bovespa a Açúcar Guarani, do grupo francês Tereos, e o Banco ABC Brasil, controlado pela Marsau Uruguay, que, por sua vez, é controlada pelo Arab Banking Corporation. Outro exemplo é a Terna, do segmento de transmissão de energia elétrica. Controlada da Terna SPA, operadora do sistema de energia da Itália, listou-se no Nível 2 da Bovespa em outubro de 2006. No ano anterior foi a vez da Energias do Brasil, sob o chapéu da lusa Energias de Portugal.

“Há interesse dos controladores em financiar o crescimento da companhia no próprio mercado de atuação”, responde Giovanni Giovannelli, diretor-geral e de Relações com Investidores da Terna. O executivo também atribui a decisão ao fato de controlador e controlada, apesar de atuarem na mesma área, terem focos de negócio distintos. Seria difícil os acionistas italianos sustentarem os projetos de crescimento da operação no Brasil, que experimenta contexto regulatório e fatores de risco completamente distintos. “Os custos adicionais de manter uma estrutura de capital aberto estão sendo mais do que compensados. Basta olhar para a valorização das ações desde a estréia”, afirma Giovannelli. E completa: “A abertura de capital nos deu mais uma fonte de captação de recursos, valorizou os ativos e ainda proporcionou uma melhoria interna por conta do confronto diário com os investidores e da busca pela máxima transparência.”.

No caso da Guarani, a companhia foi aberta no Brasil para explorar o setor de açúcar e álcool, enquanto seu controlador mantém a estrutura de capital fechado na França. “A vantagem da abertura de capital não está só no ganho financeiro, mas, principalmente, na elevação do padrão de qualidade do negócio”, observa Antônio Castro, presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).


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