A Bovespa Holding realizou, no final de novembro, sua primeira reunião para investidores, na Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Na ocasião, aproveitou para se comentar os resultados operacionais do terceiro trimestre do ano.

A geração operacional de caixa medida pelo Ebitda alcançou R$ 146,7 milhões no período de julho a setembro, número 367% maior que o de igual trimestre de 2006. O lucro líquido também disparou: passou de R$ 42 milhões para R$ 125,8 milhões, um crescimento de 200%.

Os resultados financeiros refletiram o incremento do mercado de ações em 2007. Com um volume financeiro médio diário de R$ 5 bilhões, o terceiro trimestre de 2007 superou em 150% o do ano passado, quando esse indicador era de R$ 2 bilhões. O número médio diário de negócios quase dobrou: de 81,9 mil, foi para 160,4 mil.

Outro ponto destacado foi a gorda reserva de caixa desfrutada pela empresa (R$ 1,4 bilhão), acumulada na época em que a Bovespa era uma associação civil sem fins lucrativos. Frente a essa confortável posição, a companhia teria em planos alguma aquisição? Gilberto Mifano, diretor geral e de Relações com Investidores da Bovespa Holding, negou a intenção, pelo menos por enquanto. Se isso acontecesse, o alvo provável seria uma outra bolsa, já que a Bovespa só pode adquirir empresas do mesmo segmento. “Estamos de olho nas oportunidades, mas só faremos aquisições que acrescentem valor aos nossos acionistas”, declarou o executivo.

Rumores sobre planos da Bovespa de adquirir a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) movimentaram ainda mais o IPO desta última em novembro — que registrou mais de 280 mil pessoas físicas cadastradas para adquirir suas ações, um recorde. O diretor geral descartou, porém, o interesse da Bovespa em atuar nos segmentos futuros tão cedo. “No curto e no médio prazo, não temos esse objetivo. Não é momento de perdermos o foco, pois ainda temos muito a crescer em nosso mercado”, disse.