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Pulverizadas e multinacionais
Diluição do controle é caminho para a expansão internacional

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O desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil, a partir de 2003, permitiu uma fonte alternativa de captação em um país que se acostumou a ser recordista mundial em juros reais. A próxima etapa se define pela utilização do mercado como alavanca para aquisições. Este é o segredo por trás dos grandes movimentos de fusões e aquisições no mundo. Neles, raramente se utiliza dinheiro. A preferência é por ações.

Desse modo, as grandes empresas brasileiras só continuarão crescendo internacionalmente se os seus controladores admitirem a diluição do controle. Para exemplificar, dois casos: o do banco Santander e o da cervejaria Interbrew.

O Santander é hoje um dos dez maiores bancos do mundo. Em caso de aquisição do ABN no Brasil, será a maior instituição por ativos no País, excluindo os bens de seguradoras (dados do Banco Central, junho de 2007). Porém, há apenas quinze anos, o Santander não estava nem entre os dez maiores da Espanha. Focado em dois pilares — crédito imobiliário e fusões e aquisições —, o Santander adquiriu, sob a estratégia de seu controlador, Emilio Botín, vários bancos. Entre eles destacam-se o Central Hispano, na Espanha; Banespa, Serfin, Rio e Santiago, na América Latina; e Abbey, na Inglaterra. A conseqüência foi a diluição da família Botín para menos de 5% das ações. E a conclusão é simples: para crescer exponencialmente e fazer do banco uma instituição de porte mundial, seu controlador teve de abdicar do controle acionário.

O segundo exemplo tem como personagem um dos grandes banqueiros de investimento do Brasil: Jorge Paulo Lehmann. A aquisição da Brahma e a posterior compra e reestruturação da Antarctica criaram a maior cervejaria nacional, a AmBev. Porém, com 70% de mercado, não haveria por onde crescer no País. Desse modo, utilizando o mercado de ações na maior fusão envolvendo uma empresa brasileira, os controladores da AmBev criaram a cervejaria número 1 do mundo. Apesar de minoritários, o presidente do conselho, Marcel Telles, e o presidente da empresa, Carlos Brito, são brasileiros.

Os setores que mais deverão sofrer esse impacto são aqueles em que o Brasil possui vantagens comparativas: 1. Mineração (Vale); 2. Siderurgia (Gerdau, CSN, Usiminas); 3. Açúcar e Álcool (Cosan, São Martinho); 4. Frigoríficos (Friboi); 5. Cimento (Votorantim); 6. Petróleo e Petroquímica (Braskem, Unipar); 7. Alimentos (Sadia, Perdigão); 8. Financeiro (Bradesco, Itaú).

Algumas dessas empresas já utilizam o mercado acionário para viabilizar aquisições, embora não seja comum a discussão sobre a perda do controle. Por exemplo, o Bradesco e o Itaú possuem, hoje, valor de mercado da ordem de US$ 60 bilhões. Uma fusão hipotética do Bradesco com o Citibank faria da Fundação Bradesco e da Cidade de Deus Participações (controladoras do Bradesco) as maiores acionistas do Citibank. O mesmo valeria para uma fusão do Itaú com o Bank of America. As famílias Villela e Setubal seriam as maiores acionistas do novo banco. E os dois bancos originados das fusões viriam a ser os maiores do mundo em valor de mercado.

Será que estamos caminhando para ver uma série de brasileiros à frente de grandes multinacionais? Ter Márcio Cypriano no comando mundial do Citibank e Roberto Setubal no do Bank of America seria muito interessante. Acredito que este será o nosso caminho.


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