Estudo divulgado em junho pela Management & Excellence (M&E) e a LatinFinance International revela que a maior parte das empresas que realizaram IPOs este ano nas bolsas de valores da América Latina tem menos preocupação com a governança corporativa do que aquelas que chegaram à bolsa nos anos de 2006 e 2005. Segundo levantamento, numa escala de zero a 100% (que mede o alinhamento da empresa com as recomendações adotadas por instituições como OCDE, Nyse, SOX, Dow Jones e GRI), o percentual médio atingido pelas companhias este ano foi de 46% — ou 24 pontos percentuais abaixo da marca obtida nos dois anos anteriores por quem estreava no pregão. 

Na avaliação do diretor da M&E, Willian Cox, a explicação para a baixa nota alcançada em 2007 está no fato de os mercados emergentes viverem um período excelente, fazendo com que muitas companhias corram para a bolsa mesmo sem estar devidamente preparadas. “Com medo de a janela fechar, cumprem apenas o que foi pedido pela legislação local”, acrescenta ele. Prova disso é que — de acordo com Cox — muitas estão priorizando o disclosure de dados financeiros, esquecendo-se de detalhar, no site de Relações com Investidores, informações fundamentais como seu código de conduta interna ou os currículos dos membros do seu conselho. 

Para realizar a pesquisa, a M&E enviou um questionário a 14 empresas (12 brasileiras, uma argentina e uma mexicana), cujas ofertas ou pedidos de registro ocorreram entre março e junho deste ano. Aos participantes foi avisado que, caso não respondessem, a entidade buscaria as informações públicas disponíveis no site. Do Brasil, foram consultados os bancos Pine, Sofisa, Bicbanco, Paraná Banco, Panamericano, Bonsucesso, Cruzeiro do Sul, além de Agra, Cremer, CR2, Log-In Logística e Wilson Sons.