Nos últimos anos, as empresas brasileiras vêm, freqüentemente, efetuando oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês), visando atrair novos investidores para expandir suas atividades. Em 2006, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou recorde de 26 companhias que fizeram seu IPO. Neste ano, até o momento, há 22 na lista da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a perspectiva é de que 42 abrirão seu capital. Este crescimento ocorre, principalmente, pela possibilidade de o nível de risco Brasil, avaliado pela agências internacionais, continuar diminuindo, o que torna o País mais atrativo para os investidores.
Para atender ou prestar informações aos novos acionistas, é necessário um interlocutor que estabeleça a ligação entre estes, a administração da empresa e os demais atores que atuam no mercado de capitais, sejam nacionais ou internacionais. Antigamente, esse papel cabia ao diretor financeiro, que era responsável pelas rotinas internas da gestão da companhia e pelo relacionamento com seus acionistas.
Sua função principal é apresentar informações sobre o negócio de forma clara e precisa, contribuindo para que as ações da companhia obtenham a justa valorização
Contudo, a necessidade de profissionalização dessa atividade e a freqüência dos IPOs fizeram surgir, como departamento autônomo, a área de Relações com Investidores (RI). Seu objetivo é a manutenção do fluxo contínuo de informações da companhia para o mercado de investimentos, atuando como agente promotor de todas as mudanças advindas dessa opção.
Aliás, o fator que mais tem contribuído para o sucesso na captação de investimentos é a percepção do mercado acerca da consistência na estratégia adotada pela empresa para a abertura de seu capital, uma vez que o aumento no preço das ações decorre da credibilidade transmitida aos investidores, principalmente em razão da qualidade das informações.
Nesse sentido, pode-se comparar os executivos da área de RI a advogados e contadores da empresa, haja vista que sua função principal é a apresentação de informações sobre o negócio de forma clara e precisa, contribuindo para que as ações da companhia obtenham a justa valorização. Além disso, o fornecimento de dados imprecisos pode levar a companhia a pagar indenização ao investidor que comprovar prejuízos em razão de informações incorretas.
O executivo de RI também é responsável por transmitir informações à administração da empresa, substituindo-a no contato regular com os investidores. Ele deve contribuir na prática de uma governança corporativa eficiente, para garantir a transparência e a credibilidade da companhia junto aos investidores.
Para desempenhar suas funções de forma eficiente, o profissional de RI deve entender de finanças e ter uma visão clara de seu público-alvo, além de possuir profundo conhecimento sobre a companhia e a legislação do mercado de capitais e de marketing. Fluência no inglês, talento para a comunicação interna e externa e constante atualização em sua área são requisitos fundamentais para o sucesso na carreira.
O mercado de trabalho para os executivos de RI cresce de forma acelerada. As escolas de negócio vêm abrindo cursos para a formação desses profissionais, cujas principais áreas de atuação são as empresas que visam a abertura de capital, bem como consultorias, auditorias, bancos e corretoras. A cada dia, aumentam as oportunidades e a importância desse especialista no mercado financeiro brasileiro.
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