Companhias partem para a emissão de debêntures pós-IPO

Antigamente, quando uma empresa decidia se dirigir ao mercado de capitais, era comum começar por uma emissão de debêntures. Os títulos, de renda fixa, seriam uma forma de testar o apetite do mercado por papéis da companhia e se preparar para uma emissão de ações. De uns tempos para cá, essa lógica já não é mais verdadeira.

Até o dia 28 de junho, 25 companhias haviam estreado na Bovespa, praticamente alcançando as 26 ofertas iniciais de ações de todo o ano passado. Destas, três (PDG Realty, Iguatemi e BR Malls) enviaram para análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), depois do IPO, pedidos para sua primeira emissão de debêntures.

A mudança no comportamento dos emissores deve-se à ampla liquidez do mercado internacional e ao bom momento para a emissão de ações. Mas a forte tendência de consolidação em alguns setores, como o imobiliário e o de shopping centers, é a verdadeira responsável por estimular as emissões de debêntures depois de o caixa já ter sido abastecido pelo IPO. A PDG Realty é um exemplo. Braço do Banco Pactual na área de investimentos imobiliários, ingressou na Bovespa em janeiro e captou, somente no IPO, R$ 648,3 milhões. Quatro meses depois, pedia autorização da CVM para emitir R$ 250 milhões em debêntures.

A Iguatemi seguiu o mesmo caminho. Na oferta inicial, em fevereiro, embolsou R$ 548,6 milhões e, desde maio, aguarda aval para emitir R$ 200 milhões em debêntures. Outra que segue a tendência é a BR Malls. Dois meses depois de captar R$ 605,2 milhões no IPO, em abril, espera arrecadar ainda R$ 300 milhões em debêntures. Paulo Sampaio, superintendente-geral da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), acredita que emitir debêntures logo após a colocação de ações não fere nenhuma lógica de mercado. “É uma janela de oportunidade. O cenário macroeconômico está muito favorável à ampla utilização dos instrumentos de captação”, afirma.

Um bom exemplo do aproveitamento das oportunidades tanto em títulos de dívida como de capital é a ALL Logística. Segundo dados levantados pela Andima, a empresa emitiu debêntures em 2000. Voltou ao mercado em 2004, quando ofertou ações e fez duas emissões de debêntures (uma simultânea e outra posterior ao IPO). Desde então, ainda buscou recursos outras três vezes, sendo uma delas através da emissão de notas promissórias. A Gafisa também foi ativa na emissão de títulos de dívida. De 1999 até 2005 realizou quatro ofertas (uma de notas promissórias e três de debêntures). Ingressou na Bovespa em fevereiro do ano passado e, em setembro, emitiu mais debêntures. No último mês de março, veio novamente a mercado com uma segunda oferta de ações — desta vez, com ADRs listados em Nova York, inclusive.


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