A dispersão acionária está ganhando espaço no mercado brasileiro. Até o fim de abril, 18 companhias apresentavam mais de 50% de seu capital social em circulação, segundo dados fornecidos pelas próprias empresas à Bovespa. Lojas Renner, Embraer, Eternit, BrasilAgro e Odonto- Prev seguem no topo da lista, nessa ordem, com os maiores percentuais de pulverização.

A eliminação de incentivos para a manutenção do poder de controle é a principal justificativa para o surgimento cada vez mais freqüente de companhias com esse perfil. O tag along, benefício que estende aos minoritários parte (ou a totalidade) do prêmio pago na alienação do controle, é um dos responsáveis por reduzir esses incentivos. “Se o prêmio é pago para todos, ele deixa de ser uma vantagem exclusiva do controlador, o que torna esse modelo menos atraente. É um efeito colateral do tag along, que eu definiria como uma conseqüência lógica do processo”, explica João Batista Fraga, superintendente executivo de relações com empresas da Bovespa.

Para se ter uma idéia, até 9 de maio, 115 companhias listadas na Bovespa ofereciam tag along superior ao exigido pela legislação. Dessas, 21 adotaram o mecanismo este ano — 19 delas estreantes em bolsa e duas que aprovaram o benefício em assembléia geral.