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Brasil: Um Bric de muito potencial

Muito tem se falado sobre a importância dos Brics (expressão criada pelo Banco Goldman Sachs para designar os quatro países emergentes com maior potencial de crescimento do mundo: Brasil, Rússia, Índia e China). Estudos e projeções demonstram que, até 2050, esse grupo terá o mesmo peso dos países desenvolvidos (G6) na economia mundial. Alguns dizem que o Brasil está ficando para trás em relação aos demais Brics, e a prova disso seria o seu crescimento menor, em comparação ao dos outros três.

O Brasil, efetivamente, é o último em matéria de avanço do Produto Interno Bruto (PIB), com crescimento à taxa média de 3% ao ano, enquanto China e Índia chegam a 10%. Mas é importante perceber que, como o Brasil começou a crescer antes dos outros Brics, é natural que no momento evolua a taxas menores. O próprio Jim O’Neil, economista da Goldman Sachs e criador do acrônimo Brics, em sua recente passagem pelo País, foi categórico em afirmar que o PIB brasileiro não precisa crescer muito mais que 3% para o Brasil se tornar uma potência econômica. O controle da inflação, segundo O’Neil, é muito mais importante. E o Brasil vem conseguindo manter esse índice em cerca de 3% há algum tempo. Com a redução da inflação, os juros tendem a baixar, o dinheiro fica mais acessível ao setor produtivo e as empresas produzem mais, gerando mais consumo e emprego, e elevando o PIB.

A vantagem do Brasil, a longo prazo, é que os outros Brics sofrem de problemas estruturais já enfrentados pelo País. A China vem passando por uma grande reforma econômica e deverá fazer importantes mudanças políticas nos próximos anos. É incerto se uma autocracia feudal e com fraca tradição democrática conseguirá instituir uma democracia constitucional. O Brasil, ao contrário, tem mais experiência democrática e instituições fortes. A prova disso é que empresas como a CVRD e a Petrobras receberam selo de investment grade, em grande parte porque operam em uma economia com ambientes político, econômico e jurídico estáveis. Na verdade, o Brasil parece ser o único dos Brics com instituições jurídicas bem definidas, seguido de longe pela Índia. No mercado financeiro, o Brasil tem procedimentos de Primeiro Mundo. O mercado de valores mobiliários conta com as melhores práticas de governança corporativa. A Índia não apresenta qualquer sofisticação em termos de mercado de capitais, e a China e a Rússia são descritas pelos administradores de fundos de investimento como países que engatinham nessa matéria.

Diferentemente do que muitos pensam, a abertura de mercado também é um ponto forte do Brasil. Apesar de perder em números absolutos para outros do grupo, o País é o Bric com mais investimentos externos diretos se analisado proporcionalmente ao seu PIB. Levando em consideração os principais ingredientes para um país se tornar uma potência econômica, o Brasil ganha ou empata com os outros Brics em todos os quesitos. O País tem construído um ambiente macroeconômico estável; é de longe o que apresenta instituições políticas e legais mais avançadas; e, em termos de inclusão social e educação, apesar de existir ainda um longo caminho a ser percorrido, perde apenas para a Rússia.

Então, por que o Brasil é muitas vezes visto como o patinho feio dos Brics? Essencialmente porque ele passa por um momento delicado, em que “se vende” mal ao mercado. Suas instituições são vistas como pouco confiáveis, mas seus números não são sequer comparáveis aos da corrupção em outros países. A imagem negativa chega à imprensa internacional justamente porque o Brasil começa a combater esses problemas. Os outros Brics se beneficiaram de um rápido crescimento, mas sua sustentabilidade dependerá de reformas substanciais. O Brasil, nesse sentido, é o Bric com maior potencial de crescimento e que, em alguns aspectos, apresenta o menor risco ao investidor.


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