A Bolsa de Valores de São Paulo fechou 2006 com US$ 17,085 bilhões em ofertas de ações, o melhor resultado entre todos os emergentes, com exceção da Hong Kong Exchanges (US$ 65 bilhões). O número, que engloba os IPOs e outras ofertas, supera o de bolsas como a de Shanghai (US$ 16,7 bilhões) e National Stock Exchange of India (US$ 14,1 bilhões). As ofertas de ações no Brasil também foram as maiores da América Latina, muito à frente do México (US$ 1,035 bilhão), a segunda bolsa em captações com ações da região. As conclusões fazem parte de um levantamento da World Federation of Exchanges (WFE) cedido à Capital Aberto pela Bovespa.

Considerando-se somente os IPOs, foram captados US$ 6,1 bilhões, resultado que deixou o Brasil atrás das bolsas de Hong Kong (US$ 42,8 bilhões) e Shangai (US$ 11,944 bilhões) entre os países emergentes. A National Stock Exchange of India (NSE) registrou, em IPOs, US$ 4,5 bilhões. Ficou atrás do Brasil, mas promete disputar a atenção dos investidores internacionais. “A Índia começou 2007 em ritmo acelerado e vai nos incomodar muito no futuro. Além disso, é um mercado potencialmente grande. Somente sua classe média é maior do que toda a população brasileira”, observa Ivan Clark, sócio da PricewaterhouseCoopers e responsável pelo mercado de capitais latino-americano.

Outro destaque de 2006 é a confirmação da maior atratividade do mercado europeu em relação ao norte-americano quando se trata da listagem de novas empresas. Segundo os dados da WFE, a Bolsa de Londres captou US$ 56,2 bilhões em IPOs, enquanto a Nyse fechou o último ano com US$ 36,9 bilhões. Se considerados os valores totais captados com ofertas de ações, a liderança fica com a norte-americana. Foram US$ 102,2 bilhões, contra US$ 95,2 bilhões de Londres. Clark cita ainda o levantamento da IPO Watch, publicação da PwC, que evidencia ainda mais a robustez européia. Foram contabilizadas 651 estréias na bolsa britânica ao longo do ano passado, contra 224 em Nova York.