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Dicas de mestre
Em carta aos acionistas da Berkshire, Warren Buffet aconselha investidores, faz um mea-culpa por não ter entrado na bolha e discute a independência dos conselheiros

Muitos afirmam categoricamente que, se conselho fosse bom, não seria de graça. Mas este certamente não é o caso aqui. Sempre que fala de suas experiências à frente da holding Berkshire Hathaway, o milionário Warren Buffett atrai interessados de todo o mundo em busca de preciosas dicas sobre investimentos.

Na carta aos acionistas da Berkshire publicada em 28 de fevereiro, Buffet afirma que o investidor deve ter sempre em mente seus dois principais inimigos: os custos e a empolgação. E que devem ser tímidos quando os outros são gananciosos. E gananciosos apenas quando a maioria estiver tímida.

Buffett lembra que, nos últimos 35 anos, os negócios nos Estados Unidos apresentaram resultados fabulosos. E que teria sido fácil para qualquer um obter retornos polpudos se obedecesse, basicamente, à regra de um investimento econômico e diversificado. Mas não foi o que aconteceu. Em muitos casos, investidores conseguiram resultados apenas medíocres ou até desastrosos no período.

A infelicidade, segundo Buffet, se deve, em primeiro lugar, aos custos elevados determinados pelo excesso de transações ou por salgadas taxas de administração. Em segundo, por decisões de investimento pautadas por modismos ao invés de focadas em escolhas inteligentes e bem avaliadas. Em terceiro, por entradas no mercado em hora errada, depois de longos períodos de alta, ou saídas precipitadas, em momentos de estagnação ou declínio.

MEA-CULPA – Buffet também aproveita a carta aos acionistas da Berkshire para se desculpar pelo desempenho da companhia em 2004, que chamou de “sem graça”. A empresa teve um crescimento de 10,5% em seu valor patrimonial, inferior à variação de 10,9% dada pelo índice S&P 500. “Se não conseguirmos ganhos que excedam o S&P, eu e Charlie não adicionaremos nada ao que nosso investidor poderia conseguir por conta própria”, afirma Buffet, referindo-se a seu sócio e vice-presidente do conselho da Berkshire, Charlie Munger. Ele afirma que não obteve o feito que esperava em 2004 pela falta de bons ativos para comprar. “Gostaria de ter realizado várias aquisições multibilionárias que agregassem valor e fluxos significativos de lucros para nós”, afirma.

O líder da Berkshire também fez um mea-culpa sobre a bolha que superavaliou os ativos listados nas bolsas norte-americanas há alguns anos. Reconhece as críticas por ter desprezado as fortes altas ao invés de agir e afirma que subestimou o quanto grave era a supervalorização. “Eu falei enquanto deveria ter agido”, afirma.

GOVERNANÇA – O megainvestidor faz ainda algumas referências à boas práticas de governança corporativa introduzidas após os escândalos contábeis. Uma delas se refere à realização de reuniões de conselho de administração sem a presença do presidente executivo. Ele lembra que já esteve presente em 19 conselhos e que, em alguns casos, as avaliações da companhia sem o CEO teriam permitido que a troca do executivo, quando necessária, ocorresse no tempo certo.

Buffet faz ainda considerações sobre a independência dos conselheiros. No ano passado ele foi acusado por investidores institucionais de não ter independência suficiente para participar do conselho da Coca-Cola porque duas de suas empresas fazem pesadas compras de produtos da fabricante de refrigerantes. Ele refutou as acusações e fez menção a uma definição que encontrou na bíblia e que considera a mais apropriada para o conceito de independência: “Onde seu tesouro estiver, seu coração estará também”. Buffet ressaltou que possui US$ 8 bilhões investidos na Coca.

Para o investidor, a Berkshire segue ao pé da letra o pensamento bíblico. Todo conselheiro é membro de uma família que tenha pelo menos US$ 8 milhões em ações (sendo que esses papéis não podem ter sido concedidos via opções) e nenhum recebe remuneração por sua presença no conselho ou em comitês que seja relevante em sua renda anual. Para Buffet, os conselheiros menos independentes são os que têm uma fatia importante de sua receita proveniente da participação nesses órgãos. “Mas são justamente esses que costumam ser classificados como independentes”, afirma.


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