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Research para o varejo
Corretoras lançam serviços especiais para atender investidores pessoa física

ed18_p020-021_pag_1_img_001A crescente participação de pessoas físicas em bolsa de valores vem motivando as principais instituições financeiras a buscar inovações para atrair este público, cada vez mais interessado em desvendar as oportunidades e riscos do mercado financeiro. Uma das iniciativas recentes neste sentido veio da percepção de que tais investidores ainda carecem de informação apropriada a sua base de conhecimento, motivo que levou a corretora do Itaú a adaptar relatórios das suas áreas de pesquisa (research) para este “nicho de mercado”.

Luis Fernando Oliveira, analista da corretora, recebeu há seis meses a missão de elaborar relatórios diários em uma linguagem mais “light”, adaptada a investidores menos familiarizados com a sopa de letrinhas de múltiplos do tipo P/L e EV/EBITDA, ou mesmo com os modelos matemáticos tradicionalmente aplicados à avaliação de ativos. “Ele analisa o cenário econômico, pesquisa com os colegas os papéis em destaque e monta um relatório mais resumido e simplificado para o investidor individual”, explica Roberto Nishikawa, diretor-presidente da Itaú Corretora. Com o direcionamento dado pelos relatórios dirigidos, investidores mais leigos não precisam recorrer aos detalhados trabalhos das áreas de research, o que torna mais fácil seu acesso às informações. “Na maioria das vezes, eles buscam as análises das cinco melhores ações”, afirma o diretor.

O analista não cobre nenhum setor específico. Ao contrário, escreve sobre papéis variados, escolhidos conforme as condições do mercado no dia. “Ele aproveita o know-how da equipe e escreve um relatório com as recomendações daquele momento”, conta Nishikawa. Os conceitos de projeção de caixa, múltiplos e indicadores financeiros também aparecem neste produto, mas sempre traduzidos para uma linguagem mais acessível. A decisão sobre receber esta versão de relatório é do investidor. Ao contratar determinado plano de cobertura, ele declara se quer receber também a síntese feita pelo analista voltado a pessoas físicas.

Segundo Nishikawa, o relatório dirigido ao varejo é uma idéia adaptada à pouca familiaridade do investidor brasileiro com o mercado de ações. Nos Estados Unidos, conta, apesar da grande quantidade de investidores pessoa física aplicando nesses ativos, não existem serviços tão especializados como os que estão sendo criados por aqui. Trata-se de uma cultura de investimentos bem mais desenvolvida, na qual investidores dominam conceitos ainda não disseminados no Brasil.

NOVAS FRENTES DE NEGÓCIOS – Desde 2003, o Itaú pesquisa as necessidades dos investidores pessoas físicas e como atendê-las de forma eficaz. Afinal, esses clientes já respondem por cerca de 40% da receita obtida com operações de bolsa e 20% do volume. Na Bradesco Corretora, os investidores individuais são responsáveis por 75% do faturamento operacional, de acordo com Aníbal Alves, diretor-presidente.

Por isso a estrutura criada para atender os investidores individuais não termina na área de research. Outras funções e projetos direcionados ao investidor pessoa física vêm sendo desenvolvidos. Em janeiro, o Bradesco criou sua primeira sala de ações. Dentro de um escritório montado nas instalações das agências do banco, os investidores podem aplicar em bolsa auxiliados por funcionários. Estratégia que não apenas agrada o cliente como também o estimula a investir mais em ações. A Bradesco Corretora encerrou o ano passado com 231,3 mil clientes pessoa física cadastrados. Destes, 120,5 mil realizaram negócios, 42% mais que em 2003. Se a evolução da demanda se comprovar, há planos para criação de novas salas.

Outro canal explorado para auxiliar a pessoa física é o homebroker. Em março, a página de aplicações em ações do Bradesco na internet será reestruturada para facilitar a navegação e o acesso dos mais leigos a informações sobre o mercado acionário. As mesas de operação segmentadas, também em funcionamento nas principais instituições financeiras, dão outra importante atenção aos investidores pessoa física, que requerem paciência e tempo dos corretores. Nas mesas tradicionais, os operadores estão acostumados a tratar com investidores mais experientes, utilizando- se de códigos indecifráveis e quase sempre inacessíveis para quem não pertence ao “clube”.

Diante do pouco preparo do brasileiro para lidar com o mundo das finanças, inclusive pela ausência da aplicação desses conceitos no ensino fundamental, as iniciativas dos bancos surgem em boa hora.


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