Pesquisar
Close this search box.
O início de um novo mercado
Condições econômicas e institucionais permitem que o jogo comece a funcionar

 

O ano de 2004 marcou o começo de uma nova realidade no mercado de capitais brasileiro, com empresas democratizando a sua propriedade, em um ambiente de maior transparência, melhor governança e ausência de incentivos públicos. Sob todos os aspectos, o fato deve ser visto como muito positivo.

O começo do que pode ser chamado de moderno mercado de capitais data de 1969, quando as autoridades estabeleceram benefícios fiscais para as empresas que abrissem o seu capital em ordinárias, até 49%, desde que observada uma certa dispersão acionária. Além disso, isentaram os ganhos obtidos em bolsa de valores com a compra e venda de ações.

Essas duas medidas provocaram um verdadeiro boom durante aquele ano e os dois seguintes. A demanda por papéis se elevou a níveis muito superiores aos da oferta, o que acabou gerando preços artificiais. A queda se deu em 1971, com grandes frustrações e desapontamentos, levando o mercado a uma estagnação que só acabaria na década de 80.

Nesse entretempo foram editadas as Leis 6.404/76 e 6.385/76 que criaram a regulação de mercado por meio de uma autarquia, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, e a sociedade por ações tal como a conhecemos hoje. Foram marcos institucionais importantes para traçar uma evolução futura.

A superação da crise da dívida externa de 82 e o incremento do mercado interno e externo em meados dos anos 80 provocaram uma nova época de ganhos no mercado, que iria alcançar seu pico em 1986, com o Plano Cruzado e seu sucesso inicial. A volta da inflação e o descrédito do Plano levaram a nova baixa. Outra recuperação se deu logo a seguir com a regulação da entrada de recursos estrangeiros em bolsa. Mais à frente foi a vez do sucesso do Plano Real.

Em todos esses episódios, todavia, fatores exógenos ao mercado foram os responsáveis, quer pelas subidas, quer pelas quedas. A inflação crônica e o seguro contra ela, representado pela indexação, foram os vilões do mercado e acabaram por inibi-lo a dimensões muito inferiores àquelas que seriam normais diante da dimensão da economia brasileira. As subidas e descidas se deram nas frestas abertas, quer por alteração das regras do jogo, quer por intervenções tópicas como os incentivos fiscais, quer por esperanças mais a seguir frustradas.

Pela primeira vez, mecanismos de auto-regulação – como os da Bovespa, Anbid e IBGC – se tornam mais importantes que os de regulação

No momento atual existem todas as condições para o crescimento do mercado. A inflação está sob controle, a dívida pública tende a cair, retirando o governo de cena como o grande usuário da poupança privada. A entrada e saída de recursos é livre e não existem maiores benefícios fiscais. O jogo de mercado começa a funcionar.

No terreno institucional, ainda que se possa vislumbrar críticas à atual legislação, as normas jurídicas têm sido aperfeiçoadas e a CVM tem atuado cada vez mais para evitar distorções. E, pela primeira vez, mecanismos de auto-regulação se tornam mais importantes que os de regulação, de que são exemplos o Novo Mercado instituído pela Bovespa, o Código de Auto-Regulação da ANBID e o Código de Governança Corporativa do IBGC. Com isso, o mercado deve e pode se tornar um grande meio de acesso à poupança pública para as empresas, financiando o tão esperado desenvolvimento econômico.


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.