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Conflitos éticos voltam à pauta

A Capital Aberto encerra o ano 2004 tratando de um assunto para lá de espinhoso: os sempre polêmicos conflitos de interesses. Potencialmente presentes em qualquer lugar, eles estão cada vez mais vigiados em tempos de boas práticas de gestão corporativa, principalmente quando há investidores por perto.

O tema aparece em várias reportagens e foi especialmente temperado pelos acontecimentos de novembro. A começar pelo caso do Banco Fator, que teve seu principal sócio inabilitado por um ano pela Comissão de Valores Mobiliários por uso de informação privilegiada. Walter Appel e a Fator Administração de Recursos foram acusados de comprar indiscretas fatias de ações da Copel na expectativa de alta dos papéis após o anúncio de uma oferta pública. Segundo apurou a CVM, o Fator tirava proveito de uma informação desconhecida do mercado, à qual tinha acesso na condição de assessor contratado para coordenar a privatização da companhia.

Com o episódio, foram ressuscitadas dúvidas sobre a eficácia na segregação de áreas que, embora trabalhem com interesses distintos, atuam sob o guarda-chuva de uma mesma instituição financeira. A despeito de ser tratada como um verdadeiro mantra, a barreira incumbida de separar as atividades de prestação de serviços a empresas, gestão de recursos, corretagem e análise de investimento – apelidada pelo mercado de chinese wall – é sempre a primeira a mostrar fissuras quando as crises vêm à tona. Mesmo nos Estados Unidos, onde pretensamente esses conceitos estão sendo lapidados há mais tempo, grandes marcas do mercado financeiro não escaparam de serem acusadas – e de pagar milionárias multas – para se livrar de acusações contra seus analistas de investimentos, flagrados em atitudes manipuladoras que se aproveitavam da boa fé de seus crédulos investidores.

Este foi também o mês de colocar na berlinda as agências de rating. Sob iniciativa da Iosco, foi levado a debate em vários países um código de conduta para essas empresas que, entre outras propostas, busca reduzir os conflitos de interesses. Enquanto isso, no Brasil, grande parte do mercado foi surpreendida pela revelação do precário estado de liquidez do Banco Santos. A carteira de crédito da instituição, embora considerada de baixo risco por algumas agências de rating, teve escancarado seu real estado de deterioração após intervenção do Banco Central.

Mas como final de ano não é a melhor época para falar de assuntos indigestos, esta edição de dezembro traz também uma pesquisa da Thomson Financial sobre as companhias com maior potencial de engordar seus resultados em 2005, segundo projeções de analistas. Com a previsão de continuidade do crescimento retomado em 2004, a lista das mais promissoras inclui empresas como Pão de Açúcar e Lojas Americanas, totalmente expostas ao comportamento do consumo interno. Preços em alta para algumas commodities e unidades fabris com inauguração prevista durante o ano também cantam a bola das candidatas a incrementar seus balanços. Aproveitando o ensejo, a Capital Aberto deseja a todos os seus leitores um ótimo natal e um feliz 2005.


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