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Os primeiros cheques
, Os primeiros cheques, Capital Aberto

O visconde de Sepetiba criou o Monte de Socorro, que forneceu os primeiros cheques do Brasil

O cheque é, hoje, quase um anacronismo. Vem sendo substituído pelos cartões, a moeda de plástico, como forma primordial de pagamento. Mas foi grande novidade quando introduzido no Rio de Janeiro, em setembro de 1838.

Em 1830, o Bank of England, em Londres, tinha começado a fornecer a seus clientes talões de cheques, que lhes permitiam ordenar pagamentos a terceiros.

Oito anos depois, no mês de abril, surgia no Rio de Janeiro um novo empreendimento: o Monte de Socorro. Era uma casa de penhores, destinada a fazer empréstimos aos mais desvalidos, a juros módicos. A assembleia de constituição contou com 39 acionistas. O capital de 200 contos de réis foi subscrito rapidamente, e as reservas de ações sobrepujaram em cinco vezes o que era ofertado. Assim, decidiu-se aumentar o capital para 400 contos e promover um rateio entre os subscritores adicionais.

Em face do sucesso, chegou a ser cogitada a transformação da empresa em banco de descontos, mas preferiu-se aguardar a edição do Código Comercial, que estava em discussões e só viria a ser sancionado 12 anos depois.

Em setembro de 1838, o Monte de Socorro publicava anúncio em que oferecia o serviço a seus depositantes: “Previne-se o público de que se acham prontos jogos de cheques ou ordens, impressas com talões, ou formando cadernos, com que são fornecidas as pessoas, que, fazendo na companhia depósitos de dinheiros, têm por eles de mandar fazer quaisquer pagamentos, ficando-lhes o excesso sempre a render juros na conformidade do artigo 9 supra, e podendo os depositantes verificar a todo tempo pelos talões, que ficam em sua mão, o seu estado de contas com a caixa dos depósitos, quando não queiram recorrer a esta, uma vez que nos talões deixam declaradas as mesmas quantias que pelos cheques mandam pagar”.

A instituição foi planejada por Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, o visconde de Sepetiba — ministro da Justiça e das Relações Exteriores, presidente (governador) das províncias de São Paulo e Rio de Janeiro, senador, deputado e desembargador. Além do Monte de Socorro e da introdução do cheque no Brasil, ele idealizou a transposição do Rio São Francisco para irrigar o Ceará, obra que só está sendo levada a termo 180 anos depois. Foi ainda virtual fundador de Petrópolis, trazendo 500 famílias alemãs para colonizar a região.

Nas origens do mercado de capitais no País, ajudou a fundar algumas das primeiras companhias abertas da Bolsa do Rio de Janeiro, em 1837 e 1838, num dos seus intervalos entre funções de Estado.


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