Abreu e Lima não merecia
Pernambucano virou herói nacional na Venezuela e hoje empresta o nome a problemática refinaria
Montagem com fotos extraídas de freeimages.com e PAC/Divulgação (flickr.com/photos/pacgov)

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José Inácio de Abreu e Lima (1794-1869) não foi o que se pode definir como um baluarte nacional, mas foi um personagem de certa relevância na história pernambucana. Formou-se na Academia Militar no Rio de Janeiro — de lá saiu capitão de artilharia. Participou em Pernambuco da Revolução Republicana de 1817, na qual seu pai foi executado; por ter se engajado no movimento, Abreu e Lima ficou preso por longos meses. Como um típico aventureiro de seu tempo, em seguida rumou para os Estados Unidos, aportando finalmente na Venezuela, onde se inscreveu nas hostes do libertador Simón Bolívar.

Lá participou de numerosos combates pela libertação do país e da então Nova Granada (hoje Colômbia), foi promovido a general e até hoje é considerado um herói nacional venezuelano. Exerceu ainda missões diplomáticas em nome de seu líder. Mais famoso no norte do continente do que no Brasil, ao retornar à pátria natal radicou-se no Rio de Janeiro, onde foi escritor e polemista. Teve ainda uma suposta participação na Revolução Praieira, em 1848 em Pernambuco, cuja razão maior era expulsar os comerciantes estrangeiros do Brasil e outorgar o monopólio de comércio aos nacionais. Faleceu no Recife em 1869 e — curiosidade — por ser maçom lhe foi negada sepultura católica, tendo sido inumado no Cemitério dos Ingleses.

Em 2005, o caudilho Hugo Chávez convenceu o presidente Lula a construir uma refinaria de petróleo para processamento de óleo venezuelano e a batizá-la com o nome de Abreu e Lima, como um liame entre os dois países. A Venezuela participaria com 40% e a Petrobras com 60%. Pura balela. A república bolivariana jamais cumpriu o prometido. O projeto inicial envolveria US$ 2,5 bilhões, mas a refinaria não ficará por menos de US$ 20 bilhões.

Durante o lulopetismo os escândalos se sucederam na construção da refinaria. O Tribunal de Contas da União chegou a bloquear recursos de construtoras envolvidas por superfaturamento. E na Lava Jato houve graves denúncias de propinas e outras irregularidades.

Apesar de não ter sido nenhum expoente da nacionalidade, Abreu e Lima era um homem sério e não merecia passar à história emprestando seu rótulo a duas falcatruas. A primeira, o calote perpetrado por sua pátria adotiva, a Venezuela, na Petrobras ao não honrar o aporte no capital da refinaria que leva seu nome. A segunda, as maracutaias na construção, propiciadas por propinas e superfaturamentos durante a gestão dos nomeados por Luiz Inácio Lula da Silva, único de seus conterrâneos guindado à presidência da República.


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