Pesquisar
Close this search box.
Aberta desde o berço
Com uma cultura antiga de transparência, Company ganha credibilidade e independência após IPO

, Aberta desde o berço, Capital AbertoPredomínio de empresas familiares. Elevadíssimo grau de informalidade. Um mercado excessivamente pulverizado e com pouca transparência na formação de preços. Compradores muito dispostos a usar recursos não contabilizados para fazer negócios. No Brasil, as características históricas do setor de construção civil sempre fizeram com que ele parecesse pouco talhado para o mercado de capitais, cada vez mais exigente de transparência e governança. Mesmo assim, um punhado de construtoras e incorporadoras resolveu buscar recursos no mercado a partir de 2005 com grande sucesso. Uma delas foi a Company, construtora paulista que ficou em terceiro lugar entre as Melhores Companhias para os Acionistas na categoria com valor de mercado inferior a R$ 5 bilhões. Focada no setor de construção residencial, a empresa obteve um faturamento de cerca de R$ 160 milhões e um lucro superior a R$ 45 milhões em 2006.

O que explica essa premiação? Um dos pontos mais fortes da Company no ranking foi a governança corporativa. Obteve nota 7,9, na escala que vai de zero a 10. A companhia também se destacou no quesito Total Shareholder Return, que mede o retorno total das ações para o acionista, incluindo proventos pagos e a valorização dos papéis. No caso da governança, a receita da companhia, fundada em 1986 e listada em bolsa desde março de 2006, foi pensar como uma empresa aberta desde o início, diz Walter Lasemina, diretor-presidente da Company. “Nascemos com cinco sócios e sempre tivemos a cultura de prestar contas e de adotar boas práticas de governança.” Desde seus primeiros anos, a construtora submeteu os números do balanço a auditores externos, o que facilitou o processo de abertura de capital. A aproximação gradativa com os investidores também permitiu à Company estabelecer e manter boas práticas de governança corporativa.

O lançamento de ações não foi sua primeira incursão no mercado de capitais. Buscando reduzir a dependência dos recursos do Sistema Financeiro da Habitação, a construtora transformou-se em uma sociedade anônima em 1998, ano em que realizou uma captação de recursos por meio da emissão de debêntures. Lasemina conta que os sócios não esperavam ir muito além disso, naquele momento. “Sabíamos que o mercado de capitais seria muito importante como fonte de recursos, mas nem imaginávamos fazer um lançamento de ações naquela época.”

Essa percepção mudou com a bolha imobiliária que ocorreu nos Estados Unidos a partir de 2003. Os preços dos imóveis americanos subiram, estimu- lando investidores a comprar propriedades e ativos financeiros ligados ao segmento. Parte do capital foi destinado a investimentos fora do mercado americano, e o Brasil não foi exceção. Além das compras diretas de imóveis e terrenos para incorporação, os investidores internacionais buscaram ações de empresas brasileiras atuantes no setor. Foi nesse momento que a Company contemplou a possibilidade de lançar ações em bolsa, o que ocorreu em 2006.

“O fato de ter ações negociadas na bolsa é quase como um ‘investment grade’ para a Company.”

Lasemina diz que o fato de ter suas ações listadas na bolsa não exerceu uma grande influência sobre a forma de trabalhar da empresa. Mas foi, isso sim, muito benéfica para os clientes. Quem compra um imóvel tem de confiar parcela significativa de seu patrimônio à construtora durante a edificação da obra. “Os compradores passaram a exigir mais acesso aos números da construtora depois do caso Encol”, diz Lasemina, referindo-se à construtora goiana que faliu em 1997 e deixou centenas de compradores literalmente ao relento. “Como nossos números já são abertos, é mais fácil tranquilizar o comprador. O fato de ter ações negociadas na bolsa é quase como um ‘investment grade’ para a Company.” Outro benefício foi a maior solidez financeira. “Nossa necessidade de captar empréstimos caiu muito”, diz ele. “Antes da abertura de capital, precisávamos captar R$ 20 milhões em capital de giro, e hoje temos mais de R$ 200 milhões em caixa.”

Como resultado do IPO, a Company pôde se dar ao luxo de realizar mais projetos sozinha, sem a necessidade de parcerias com outras empresas, tampouco de divisão dos resultados. Lasemina explica que, antes da abertura do capital, a Company executava cerca de 33% dos empreendimentos que lançava. Para diluir o risco e não consumir caixa, os 66% restantes eram divididos com outras empresas do setor, uma prática comum no mercado imobiliário. “Em 2007, nossa perspectiva é realizar 66% dos nossos lançamentos, e aos poucos chegarmos a 100% deles”, afirma. Para 2007, a estimativa é gerar um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1,5 bilhão, dos quais R$ 500 milhões com parcerias e R$ 1 bilhão com recursos próprios. O VGV é um indicador setorial da construção, que indica o total de unidades oferecidas ao mercado. “Hoje podemos realizar mais projetos sozinhos, aumentando o faturamento e os resultados da companhia.”


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.