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à caça de analista
Log-In conquista 11 casas de research em menos de um ano após o IPO. O segredo? Muito empenho dos RIs, mais de uma centena de reuniões e a presença do CEO em todas elas

, à caça de analista, Capital AbertoQuando ingressou na bolsa de valores, em junho de 2007, a Log-In Logística Intermodal deu de cara com o desafio que tirava o sono de todas as novatas: atrair analistas para cobrir seus papéis em meio ao período mais fértil da história do mercado de capitais no País. A agenda desses profissionais estava disputadíssima: além de cobrir os papéis de companhias veteranas e daquelas com elevada liquidez, que devem ser acompanhados obrigatoriamente, eles eram convidados a acompanhar as dezenas de empresas que chegavam à bolsa — foram 64 ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) ao longo do ano.

Tudo bem que a Log-In tinha como vantagem o peso da credibilidade de seu principal acionista, a Vale. A mineradora detém 31,3% do capital da companhia, que atua no transporte e na movimentação de cargas em contêineres e na oferta de soluções de logística integrada. Também contou a seu favor o fato de o setor de logística ter despertado o assédio dos investidores nos últimos tempos. Os administradores da Log-In tinham claro, porém, que essas razões estavam longe de ser suficientes para fazer os analistas reservarem um naco de suas carregadas agendas para a cobertura das ações da novata. Na verdade, essa batalha só teria sucesso a partir de um único ingrediente: mão na massa.
Capitaneada pelo diretor-presidente Mauro Dias, a área de RI partiu para uma verdadeira estratégia de ataque. E os resultados são surpreendentes. Antes mesmo de completar um ano na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a Log-In contava com a cobertura de 11 analistas para seus papéis. A título de comparação, a ALL, maior empresa do setor, abriu capital em 2004 e hoje conta com 17 análises.

Para obter o feito, a Log-In empreendeu trabalho de formiguinha. De junho do ano passado até maio de 2008, promoveu impressionantes 130 reuniões presenciais e conference calls com representantes do mercado de capitais (analistas sell side, buy side, investidores e fundos de pensão), além de duas reuniões em parceria com a Associação Nacional dos Profissionais de Investimento (Apimec), em São Paulo e no Rio de Janeiro. A equipe de RI também fez questão de marcar presença nos eventos organizados por bancos de investimentos no Brasil e no exterior. Foram 17 ao todo, dos quais participaram cerca de 400 investidores.

A gerente de RI, Daniela Tinoco, conta que o primeiro passo após a abertura de capital — liderada pelo UBS Pactual — foi pesquisar nos concorrentes quais analistas cobriam as empresas de logística. Esses nomes foram acrescentados imediatamente ao mailing de RI da empresa, que hoje conta com cerca de 1.000 cadastros entre investidores, bancos, empresas, estudantes e outros públicos de interesse. “Ligamos para todos os analistas, nos apresentamos e nos colocamos à disposição”, conta Daniela.

Como a sede da Log-In é localizada no Rio de Janeiro, onde o número de analistas é pequeno, a empresa traçou uma meta para chegar a São Paulo. Uma vez por mês, o presidente-executivo, o diretor financeiro e a gerente de RI tinham uma agenda de dia inteiro na capital paulista, exclusivamente para encontrar os analistas de mercado. “Fizemos um trabalho de educação dos investidores. Dediquei boa parte do meu tempo para explicar o nosso modelo de negócio”, conta Dias, que optou por acumular também o cargo de diretor de Relações com Investidores para estar mais próximo dos seus stakeholders. “Fiz questão de estar na linha de frente nesse primeiro momento”, diz ele, ex-executivo da área de logística da Vale.

Para o analista André Rocha, do Unibanco, a aproximação da Log-In com o mercado de capitais foi importante para que a empresa se destacasse em meio a tantos IPOs. Mas ele lembra que não são todas as novatas que abrem o capital preparadas para fazer esse trabalho. “A Log-In já tinha essa conscientização por causa do seu histórico de Vale”, diz Rocha, que começou a cobrir os papéis da empresa em outubro de 2007.

Outra ação de impacto realizada pela companhia foi o convite a todos os analistas sell side que cobriam o setor, inclusive os que não analisavam a Log-In, para visitar o navio de contêiner Amazônia. A embarcação estava aportada no Rio e planejava iniciar sua operação no início deste ano. Cerca de oito analistas estiveram presentes e puderam conhecer de perto como funciona uma operação marítima de logística. “Como estamos em um setor novo, que gera muitas dúvidas, o retorno foi muito positivo”, conta Daniela. Estar sempre disponível também é parte da estratégia da Log-In. “Procuramos atender às solicitações o mais rápido possível, seja por telefone, e-mail ou pessoalmente”, acrescenta a RI. O analista de um grande banco confirma: “Eles fazem a lição de casa direitinho”.

ENTRE AS 100 MAIS LÍQUIDAS — Com esses esforços, a companhia ganhou exposição no mercado e os relatórios de cobertura começaram a surgir. Atualmente, a Log-In é coberta por Bear Stearns, Bradesco Corretora, Deutsche Bank, Fator Corretora, Itaú Corretora, Link Investimentos, Merrill Lynch, Planner Corretora, Santander e Unibanco, além do UBS Pactual, que coordenou a oferta de ações. Apesar de suas ações terem registrado queda de 17% desde o IPO (até o dia 06 de junho), a Log-In é uma das poucas estreantes do Novo Mercado a figurar na lista das 100 empresas com maior liquidez da Bovespa, segundo pesquisa feita a partir da base de dados da Economática para o período de maio do ano passado ao mesmo mês deste ano. Com 750 funcionários espalhados por 16 unidades no Brasil e na Argentina, a companhia registrou em 2007 lucro líquido de R$ 51 milhões.


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