Com o fim da temporada de balanços, investidores e analistas fazem um apanhando dos números para saber a performance de empresas e setores. No caso das operadoras de shopping centers, a visão é de que os resultados financeiros da Allos, Iguatemi e Multiplan foram positivos.
Na avaliação da agência de risco Fitch Ratings, a maioria das operadoras de shopping possui balanços robustos e é capaz de absorver mais investimentos sem pressionar o gatilho para rebaixamento de ratings. “Estas empresas apresentam estruturas de capital conservadoras, saudáveis reservas de caixa e forte acesso ao mercado de capitais, o que as deixa bem-posicionadas para o ciclo de crescimento que vem sendo observado e que fortalecerá ainda mais os portfólios de ativos”, comentam Natália Brandão e Alexandre Garcia.
Em relatório, a agência explica que as fusões e aquisições e expansões no setor têm apresentado risco reduzido de execução, já que os emissores têm priorizado ativos maduros e dominantes, que frequentemente se referem ao aumento de participação em shoppings da própria carteira. Além disso, as expansões muitas vezes pressupõem demanda preestabelecida e geração de caixa operacional de elevada previsibilidade.
A Allos, que tem fortalecido seu portfólio com o anúncio vinculante recente para adquirir 54% do Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, e um negócio com a Multiplan para a expansão do Parque Shopping Maceió, registrou um lucro líquido de R$ 85 milhões no primeiro trimestre deste ano, 72,4% abaixo ao registrado no mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida atingiu R$ 616,4 milhões, valor 6,5% acima na comparação anual.
Enquanto isso, o Ebtida ajustado foi de R$ 447,3 milhões, aumento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2023. “A alavancagem líquida da companhia, medida pela dívida líquida por Ebitda, no período de 12 meses encerrado em março de 2024, era conservadora (1,8 vez) e deve se manter neste patamar nos próximos dois anos. As projeções da Fitch consideram investimentos e aquisições de R$ 1,4 bilhão de 2024 a 2025”.
A Iguatemi, por sua vez, anunciou a aquisição de mais 10% do I Fashion Outlet Novo Hamburgo, o retrofit do Shopping Market Place, em São Paulo, e a expansão do Iguatemi Brasília, registrou um lucro líquido ajustado de R$ 108,4 milhões no período, crescimento de 63% frente ao registrado de janeiro a março do ano anterior. Enquanto a receita líquida ajustada atingiu R$ 304,1 milhões, crescendo 6,1% na mesma base de comparação. Já o Ebitda ajustado consolidado atingiu R$ 225,1 milhões, aumento de 13,2% frente ao mesmo intervalo de 2023.
“No período de 12 meses encerrado em março de 2024, a Iguatemi reportou índice dívida líquida por Ebitda de 2,1 vezes, indicador que deve se manter neste patamar nos próximos dois anos. As projeções da Fitch consideram desembolsos com investimentos e aquisições de R$ 600 milhões entre 2024 e 2025”, explica trecho do relatório.
Para o Itaú BBA, a Iguatemi reportou um bom resultado no trimestre, com receita líquida em linha com o esperado e fluxo de caixa 5% acima de nossa estimativa devido a um melhor resultado financeiro e menor pagamento de impostos.
“Destacamos também o bom resultado operacional divulgado pela empresa, com crescimento de 10% nas vendas (em linha com Multiplan), enquanto o custo de ocupação e inadimplência reduziram”, ressaltam os analistas Daniel Gasparete, André Dibe, Mariangela Castro e Alejandro Fuchs.
A Multiplan, por sua vez, que anunciou em abril de 2024 a aquisição dos 9% remanescentes do Park Jacarepaguá e que possui um pipeline de sete expansões, reportou lucro líquido de R$ 267 milhões no trimestre, correspondentes a um crescimento de 28,9% na comparação anual. Já a receita líquida somou R$ 523,6 milhões, aumento de 11% em relação à igual etapa do ano anterior. Já o Ebitda atingiu R$ 390,8 milhões, alta de 9,3% frente ao mesmo período de 2023.
No relatório, o Itaú BBA afirmou que a Multiplan apresentou resultados sólidos, superando a estimativa de fluxo de caixa em aproximadamente 30%, apoiados pelas receitas da MultiApp, melhores resultados financeiros e menores impostos sobre o caixa.
Enquanto isso, a Fitch destaca a menor alavancagem da administradora de shoppings e prevê boa quantia de recursos em investimentos e aquisições. “A Multiplan reportou alavancagem líquida de 1,3 vez no período de 12 meses encerrado em março de 2024, e o cenário de rating incorpora que o índice de dívida líquida não ultrapassará 1,5 vez nos próximos dois anos. As premissas consideram investimentos e aquisições de R$ 900 milhões entre 2024 e 2025. O caixa e as aplicações financeiras da Multiplan somavam R$ 1,2 bilhão em março de 2024, suficiente para cobrir os vencimentos de dívida até o final de 2025, de R$ 940 milhões”, dizem os analistas da Fitch.
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