Deloitte aposta em melhorias de governança para manter reputação
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Ilustração: Rodrigo Auada

A sanção imposta Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) à Deloitte vai muito além do desembolso de mais de R$ 30 milhões — despesa que, segundo a firma, será suportada pelos recursos em caixa. Nos últimos dias, o presidente Altair Rossato visitou 16 clientes de peso e falou diretamente com seus CEOs. A meta era explicar, cara a cara, o imbróglio no qual a firma se meteu e como os problemas serão remediados a partir de agora.

Como parte do acordo com o PCAOB, a Deloitte se comprometeu a fazer uma série de melhorias em sua governança. Entre as providências já tomadas está o aperfeiçoamento do controle interno. Foi graças a falhas no sistema que a adulteração dos documentos da Gol ocorreu — ao solicitar autorização para ajustes específicos e justificados, José Domingos do Prado teve acesso integral ao arquivo da companhia aérea. A brecha, agora fechada, permitiu a alteração indiscriminada dos 70 documentos. Além disso, em caso de fiscalização, a entrega dos documentos ao PCAOB não poderá ser feita pela equipe de auditores que assina o balanço.

O comitê de ética também foi aperfeiçoado. Deixou a subordinação ao comitê executivo, passou para debaixo do chapéu do conselho de administração e ganhou amplitude. A partir de agora, avaliará casos envolvendo qualquer funcionário — antes, ocorrências com sócios eram tratadas exclusivamente pelo CEO e pelo chairman. A Deloitte ainda revisou seu código de ética e conduta (a reforma já estaria prevista antes dos problemas recentes) e aperfeiçoou os canais internos de denúncia. Se quiserem, os funcionários podem inclusive relatar problemas diretamente à CVM e ao PCAOB. Para complementar a arrumação da casa, a firma reforçou o conselho de administração com membros independentes.

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Nos próximos meses, a Deloitte também ficará sob vigília de um monitor externo, que validará a implantação das melhorias e atestará a qualidade das demonstrações financeiras referentes ao encerramento deste ano. A expectativa é de que o observador permaneça no posto até meados de 2017, quando os balanços serão entregues à CVM e à SEC. O nome do observador — um ex-auditor experiente e com forte reputação — já foi escolhido, mas depende do aval do PCAOB.

Passar no crivo do monitor externo é fundamental para que a Deloitte reconquiste o direito de captar clientes sujeitos à Sarbanes-Oxley. Por causa do rodízio obrigatório de firmas, instituído pela CVM em 2009, a troca de auditor deve ser feita em intervalos de cinco anos. Na dança das cadeiras, a Deloitte perderá três clientes em 2017 e, não fosse a sanção, poderia participar da disputa de oito contas. Para reduzir a perda de mercado, no entanto, o PCAOB permitiu que a auditoria prossiga na disputa de três delas.


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