A Pesquisa Nacional de Remuneração e Tendências 2016, elaborada pela Deloitte, mostra que, até o fim deste ano, 73% das empresas vão desenvolver ações para revisão dos custos com recursos humanos (RH), a fim de buscar mais eficiência e produtividade em meio ao novo cenário econômico.
Foram entrevistadas 130 empresas de todo o Brasil, atuantes em diversos segmentos. De acordo com a análise, 53% planejam implementar mudanças em suas estruturas organizacionais e 43% objetivam aplicar metodologias de desenvolvimento profissional, como treinamentos online. A tendência também é de redução de gastos com equipes e de simplificação de ações sociais, ambas as práticas com 36% de retração.
“As empresas começam a optar por planos de redução de custos que são mais sustentáveis do que os realizados em 2015, quando cortes indiscriminados foram feitos para se fechar o ano sem perdas maiores”, afirma o sócio de Consultoria da Deloitte, Edson Cedraz. “Os ajustes dessa segunda fase buscam racionalizar sem comprometer resultados”, diz.
Em relação aos salários: 76% dos atuais cargos ou não tiveram aumento real ou apresentaram queda no último ano. Chama atenção o fato de áreas relacionadas a compliance e a gestão de riscos concentrarem boa parte dos aumentos salariais. O cargo de gerente de risco teve, em média, salário 25% maior do que os demais gerentes pesquisados.
Os benefícios têm se mostrado uma ferramenta extremamente útil e flexível para a adaptação dos modelos de remuneração ao cenário atual. O benefício mais oferecido continua sendo a assistência médico-hospitalar, conforme o quadro a seguir:
Principais benefícios oferecidos pelas empresas em cada região brasileira (% das empresas ouvidas) | |||
Benefícios | Sudeste | Nordeste | Sul |
Assistência médico-hospitalar | 100 | 96 | 88 |
Estacionamento | 86 | 85 | 80 |
Seguro de vida | 88 | 86 | 67 |
Auxílio refeição | 92 | 72 | 70 |
Auxílio alimentação | 64 | 63 | 61 |
Creche | 76 | 57 | 48 |
Sobre a redução de quadro operacional, o maior achatamento foi no “meio da pirâmide”, em cargos como os de gerentes e coordenadores. Atribui-se o fato à maior facilidade que as empresas encontram para substituir esses profissionais, que têm salários elevados, por outros mais jovens e, consequentemente, mais baratos.
Hoje, as empresas precisam adotar estratégias de redução que não comprometam a motivação dos funcionários. “O desafio é otimizar custos nem sempre muito visíveis, sem, no entanto, impactar negativamente o desempenho da equipe. É possível revisar a estrutura de remuneração ou do programa de benefícios, tornando-os mais eficazes e com vantagens financeiras muitas vezes superiores do que um simples corte de gastos”, diz Cedraz.
Veja alguns outros destaques:
• Entre as áreas de RH que receberão investimento está treinamento e desenvolvimento (34%), o que reflete a busca por capital humano mais especializado e capacitado. Para alcançar maior produtividade, 27% dos pesquisados investirão em tecnologia de informação.
• Em média, 1,25% do faturamento líquido foi destinado a programas de treinamento em 2015. Neste ano, o planejamento é de redução para uma média de 1,09%.
• A prática de headhunting destaca-se como a mais utilizada para contratação de executivos (66%). Para os demais níveis, vêm, na sequência, recrutamento interno (78%); internet, e-mail e redes sociais (76%); indicação de outros funcionários (74%); e banco de currículos (71%).
• 87% dos participantes responderam que ao menos um executivo de RH participa ativamente das decisões estratégicas da empresa.
• Em 2015, assim como em 2014, houve a manutenção da taxa média de rotatividade, com turnover médio de 14%.
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