Do Monza ao IPO: a abertura de capital da Linx

Para financiar seu crescimento, as empresas encontram diversas fontes de captação à disposição. Conhecer os caminhos e também os desafios e oportunidades inerentes a cada um deles é fundamental para a tomada de decisão do executivo. A escolha deve considerar, entre outros aspectos, o prazo do financiamento, as exigências em gestão, a governança e os controles internos, bem como a mudança cultural necessária.

Uma companhia de capital aberto tem acesso a todos os instrumentos de captação oferecidos pelo mercado de capitais. Abrir o capital significa que a empresa pode acessar o capital de terceiros via emissão de títulos de dívida e, inclusive, receber novos sócios. O IPO, sigla em inglês para “initial public offering”, pode ser definido como a primeira oferta pública de ações de uma empresa no mercado primário. Ou seja, a companhia emite ações e as vende para investidores, que passam a ser sócios do negócio.

Existem diversas motivações que levam as empresas a abrir o capital. Além do acesso a uma fonte de capital sem limitação (o aumento do capital social e a consequente admissão de novos sócios não têm limite se a empresa tiver projetos de crescimento e investidores interessados em financiá-los), obter liquidez patrimonial via bolsa é uma opção para os investidores ou empreendedores que queiram vender um percentual ou o total de suas ações no mercado.

A Linx, empresa de tecnologia que desenvolve e comercializa software de gestão para o setor de varejo, fez seu IPO em 2013. Essa decisão não foi tomada de um dia para o outro. Abrir o capital é uma das deliberações mais estratégicas de uma empresa, pois muda radicalmente a dinâmica e os processos da companhia, além de seu relacionamento com o mercado. Fundada na década de 1980 por Nercio Fernandes, com o capital da venda de seu Monza, a Linx traçou uma trajetória pautada em muito trabalho, preparação e dedicação até chegar à B3, há quatro anos.

Desde 2007 os executivos da Linx sabiam que a estratégia de crescimento era não apenas necessária, mas a única possível. O mercado de software de varejo no Brasil era extremamente pulverizado e a consolidação parecia ser a opção mais viável entre adquirir outras empresas ou ser adquirida. Porém, como financiar essas aquisições?

Nesse contexto, entram o BNDESpar, braço de participações do BNDES, e o fundo norte-americano de private equity General Atlantic. Por meio dessas associações, a Linx entendeu como era ter um sócio, alguém que traz capital, mas interfere na gestão e no processo de decisão da empresa, principalmente em relação ao seu planejamento estratégico.

A empresa e seus executivos, certamente, aprenderam com as aquisições que fizeram e com a presença dos novos sócios nas reuniões de conselho. Daí em diante, o IPO era um caminho natural a ser seguido, tanto pelo capital, ainda necessário frente à estratégia de expansão da Linx, quanto pela necessidade de dar alguma liquidez aos seus novos sócios. Visto que o fundo compra participações em empresas, tornando-se sócio, e tem o objetivo de alavancar o crescimento do negócio — e, consequentemente, seu valor — após um certo período (normalmente de 5 a 7 anos), o private equity vende sua participação; espera, assim, obter um retorno sobre o capital investido, já que a sua participação deve ter valorizado com o resultado da companhia. É comum que esse desinvestimento seja feito via abertura de capital. Desde o ano 2000, 40% dos IPOs realizados na B3 possibilitaram a saída parcial ou total de um investidor.

Para conhecer a história completa do IPO da Linx, da tomada de decisão com o Monza ao início da negociação das suas ações, acesse o livro Histórias que Inspiram: Casos de Abertura de Capital no Brasil [toque para acessar], produzido com o objetivo de compartilhar experiências e motivações de empresas brasileiras que optaram pelo mercado de capitais como fonte de financiamento.


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