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Por que as empresas tendem ao EVA zero?

Um recente estudo da Stern Stewart sobre a geração de valor em empresas de diversos setores confirmou uma interessante característica da realidade econômica: a tendência à média zero do Economic Value Added (EVA). Ao selecionarmos uma amostra de cerca de mil empresas, notamos que determinados setores sustentam um EVA positivo, enquanto outros apresentam EVA negativo. Ou seja, se tirarmos um ‘retrato econômico’ de um grande grupo de empresas, percebemos uma distribuição equilibrada em torno do EVA zero. Por que isso acontece?

O EVA é uma medida de lucro econômico. Reflete a real geração de valor da companhia após considerar o custo de capital, que é uma função do risco das atividades desenvolvidas pela empresa e do montante de capital investido. Ao contrário do lucro contábil, o EVA zero não significa que a companhia “perdeu dinheiro”, mas sim que seu retorno foi adequado para remunerar os acionistas e credores.

Existem várias razões para empresas de um setor econômico apresentar EVA negativo: seu mercado estar em contração, seus produtos estarem sendo substituídos ou mesmo em razão de fatores cíclicos como ocorre, por exemplo, em companhias que dependem de commodities ou em setores que passam por rápida transformação. O EVA negativo não significa necessariamente que a companhia está à beira da falência, mas é um alerta para os sócios de tais empresas repensarem suas estratégias de atuação: o capital investido na companhia não está sendo remunerado a uma taxa mínima que compense o risco envolvido no negócio. Diante dessa situação, cabe à companhia reavaliar sua atuação: realocar ativos, idealizar novos produtos, buscar novos mercados, investir em projetos mais rentáveis ou até mesmo desinvestir, alocando o capital em outro tipo de negócio.

Mas as empresas situadas em níveis positivos de EVA também devem permanecer alertas. Elas enfrentam o desafio de sustentar, pelo maior período possível, as vantagens competitivas que lhes confere a obtenção de retornos superiores a seu custo de oportunidade. Setores com EVAs positivos tendem a sofrer competição mais acirrada, já que a percepção de maior rentabilidade atrai novos concorrentes ao segmento.

Neste último caso, o lucro econômico gerado é diluído entre um número maior de participantes do mercado. É esse processo dinâmico que conduz tais setores a um retorno à média zero de EVA. Ao longo do tempo, é possível identificar uma migração natural de empresas situadas em níveis positivos de EVA para patamares negativos e vice-versa. Essa movimentação se deve ao contínuo processo de renovação da economia e da sociedade.

Assim, o desafio das empresas pode ser resumido em três pontos principais: 1) O negócio está gerando valor de forma a compensar o capital investido e o risco das atividades? 2) Quais atividades ou produtos estão criando e quais estão destruindo valor? 3) Como a companhia pode adicionar valor e sustentar essa tendência no longo prazo?

Para todas essas questões, o EVA mostra-se como uma poderosa ferramenta para ajudar gestores e sócios a encontrar soluções. O EVA permite racionalizar, tanto em níveis macro como microssegmentados, a gestão das companhias. Isso significa que, além de servir como termômetro para o nível consolidado, também pode ser mensurado para unidades de negócio específicas ou atividades pontuais da empresa.

Entretanto, o mais importante resultado do estudo é que a geração de EVA está diretamente relacionada à percepção do investidor. Em outras palavras, o mercado reconhece e precifica positivamente as companhias que geram lucro econômico. Empresas com EVA positivo são mais bem avaliadas por investidores e apresentam maiores múltiplos de valor de mercado.

Por todas essas razões, o EVA funciona como uma importante ferramenta de gestão, que reflete a geração de valor da companhia e auxilia a tomada de decisão em busca da maximização do valor da empresa.


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