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“Negócios do agronegócio”

Comparando o mercado de ativos imobiliários com o de títulos do agronegócio, nota-se uma grande diferença entre eles em termos de volume. Hoje, por exemplo, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) apresentam estoque de aproximadamente R$ 34 bilhões. Já o saldo de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) soma apenas R$ 500 milhões.

O que poderia explicar tamanha disparidade, tendo em vista que o PIB do agronegócio é quase seis vezes superior ao do setor imobiliário? Existe algo específico que poderia ter contribuído para o amplo desenvolvimento do mercado de CRIs? Há algo a ser replicado para estimular a emissão de CRAs?

O mercado de CRAs é composto quase que majoritariamente de operações de dívida oriundas de produtores rurais e de outras empresas do setor agrícola. É um mercado em franca expansão desde 2008, ano da primeira emissão de CRA.

No entanto, ele não deve ser resumido a esse tipo de operação. Fazendo um paralelo com o mercado imobiliário, o CRI não se restringe a operações tradicionais de securitização envolvendo contratos de financiamento e de aquisição de unidades habitacionais com alguma empresa do setor, tais como incorporadoras. Nesse contexto, analisando o Ibovespa, observa-se que praticamente todas as companhias que compõem o principal índice da bolsa de valores brasileira já participaram, ainda que de forma indireta, de uma emissão de CRI, sendo a minoria empresas do ramo imobiliário.

Como isso é possível? Um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento do mercado de CRI foi justamente a reformulação de suas operações, que passaram a dar mais foco ao negócio imobiliário subjacente. Ou seja, em vez de visar a operações envolvendo apenas as empresas do setor (o que naturalmente seria um limitador em virtude de seu tamanho), o mercado de CRI mirou toda e qualquer companhia que viesse a celebrar um negócio imobiliário, independentemente de sua atividade econômica.

As operações com CRA poderiam ser bem maiores se atraíssem empresas de setores diversos

Assim, além de o número de negócios potenciais para o mercado de CRI aumentar, o interesse dos investidores pela aquisição desses ativos crescem. Isso porque, em muitos casos, foi e tem sido possível realizar operações com companhias que apresentam os melhores riscos de crédito privado do mercado brasileiro. Como consequência, a aplicação em CRIs se popularizou e, desse modo, o título passou a ser um dos ativos de maior aceitação no mercado financeiro brasileiro.

Ora, esse mesmo conceito poderia ser replicado para o agronegócio. As emissões de CRA seriam estruturadas de forma que o devedor do crédito fosse qualquer empresa, não necessariamente do setor. Bastava que viesse a celebrar um “negócio do agronegócio”, que deve ser entendido como qualquer contrato ou financiamento destinado ou relacionado com a produção, industrialização, beneficiamento, ou comercialização de produtos ou insumos agropecuários ou máquinas e implementos utilizados na cadeia do agronegócio.

Portanto, o número de operações no mercado de CRA pode ser bem maior e ainda atrair empresas que não sejam necessariamente do setor. Nesse contexto, um olhar mais atento ao Índice Bovespa mostra que muitas das companhias que fazem parte dele estariam aptas, no âmbito de suas operações habituais, a celebrar um “negócio do agronegócio”. Isso certamente contribuiria para o desenvolvimento do mercado de CRA, assim como ocorreu com o de CRI.


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