O Brasil está vivendo neste início de 2008 dois importantes momentos no que se refere ao mercado de capitais. O primeiro aconteceu com a aprovação da Lei 11.638, publicada em 31/12/2007, que altera a legislação contábil brasileira e cria as chamadas companhias de grande porte – caracterizadas por ativo maior do que R$ 240 milhões ou receita bruta superior a R$ 300 milhões. O outro é o aquecimento da abertura de capitais para as pequenas e médias empresas, com a listagem da primeira companhia no novo segmento de governança corporativa chamado Bovespa Mais, aliás, o primeiro IPO desse segmento.
O Bovespa Mais foi criado para ser um mercado alternativo às companhias de médio e pequeno portes que queiram buscar recursos no mercado de ações abrindo seu capital. Baseado nos moldes do AIM (Alternative Investment Market ), da Bolsa de Londres, e do TSX Venture Exchange, da Bolsa de Toronto, no Canadá, o Bovespa Mais foi pensado com o objetivo de acolher empresas que tenham como estratégia acessar de maneira gradual e segura o mercado de capitais.
Espera-se que o maior número de IPOs se concentre no segundo semestre. Empresas que planejam abrir o capital aguardam um diagnóstico mais preciso da economia global
A aprovação da Lei 11.638, que tramitou durante sete anos no Congresso Nacional, altera, para melhor, as disposições da legislação socaietária e representa um passo fundamental para a convergência das práticas contábeis brasileiras ao padrão internacional de contabilidade – o IFRS (International Financial Reporting Standards).
Apesar de ainda existirem algumas lacunas na nova lei, no que se refere ao posicionamento da Receita Federal do Brasil, a adaptação à legislação facilitará a análise de crédito, poderá proporcionar redução dos juros para o capital produtivo, além de possibilitar melhor acompanhamento da gestão.
A economia brasileira só tem a ganhar com os reflexos positivos e as conseqüências favoráveis da nova legislação, que causarão impactos também nas empresas de auditoria e no campo educacional. A carreira do contador sofrerá alterações. As faculdades e as universidades deverão se adaptar e acrescentar aos currículos escolares uma disciplina que possa transmitir conhecimento específico sobre as normas internacionais.
Neste início de ano, houve pequena queda no valor dos principais IPOs (sigla em inglês para oferta pública inicial de ações) que surgiram em 2007. Uma conseqüência da turbulência enfrentada pelo mercado norte-americano, o que deverá ser temporário e os preços deverão retornar ao normal. No ano passado, os IPOs estiveram centralizados no primeiro trimestre, diferentemente do que vem ocorrendo em 2008, quando deverá centralizar-se o maior número de ofertas no segundo e no terceiro trimestres. Isso porque as empresas que estão planejando seus IPOs adiaram a idéia para aguardar um diagnóstico mais completo da situação. Além disso, esperam mais informações sobre a nova legislação contábil e também os demonstrativos do exercício de 2007, no qual deverão basear-se para a tomada de decisão.
Analistas de mercado acreditam que o número de IPOs de grandes empresas para este ano não supera o de 2007. Por outro lado, há uma expectativa muito maior para os IPOs das pequenas e médias e, com isso, para o crescimento do segmento Bovespa Mais. O fortalecimento da economia brasileira, as principais mudanças na legislação e a adequação a padrões contábeis internacionais (IFRS) estão levando o País para o caminho do investment grade.
Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.
Ou assine a partir de R$ 9,90/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.
User Login!
Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.
Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais
Ja é assinante? Clique aqui