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Investimento em companhia aberta
Em meio à crise de liquidez, pipe surge como alternativa de financiamento para empresas

Tradicionalmente, o segmento de private equity brasileiro é associado a investimentos em empresas de capital fechado, em seus diversos estágios de maturação e desenvolvimento.

No entanto, em consequência da crise financeira mundial, é possível verificar uma crescente tendência na alocação de recursos de private equity também na aquisição de participação em companhias abertas. São os chamados investimentos do tipo pipe (private investment in public equity, na sigla em inglês).

O pipe surgiu como alternativa à necessidade de financiamento de pequenas e médias empresas, em países desenvolvidos, e que enfrentavam dificuldades de acesso à capital. O mecanismo se popularizou por permitir o financiamento a um custo competitivo %u2015 em alguns casos, comparável ao de grandes companhias e emissores %u2015 e também por incrementar a participação de investidores sofisticados na companhia, assim como o número de ações em circulação no mercado. Além disso, a operação básica de investimento pipe é significativamente mais rápida e barata se comparada a uma emissão pública de valores mobiliários.

Da ótica do investidor, uma das vantagens do pipe é o fato de as companhias investidas possuírem padrões de controle e divulgação de informações mais elaborados. Isso facilita a tomada da decisão de investimento e seu posterior acompanhamento. A determinação do preço a ser pago é igualmente facilitada por existir um parâmetro de avaliação para o ativo. Além disso, ainda que as companhias investidas geralmente possuam volume de negociação limitado, o investimento nessa modalidade conta com a possibilidade de saída via mercado.

Uma vez que o investimento pipe baseia-se na aquisição do ativo com um determinado desconto sobre seu preço de mercado, os fundos de private equity dedicados a esse segmento viram na crise de liquidez uma boa oportunidade de negócios no Brasil. Em contrapartida, as empresas encontraram nesse tipo de investimento uma alternativa interessante para implementar os seus projetos em uma conjuntura de crédito escasso.

Em seu modelo original, o investimento pipe ocorre por meio da subscrição de ações, ou de outros valores mobiliários conversíveis em ações, de emissão da companhia investida. Em razão das particularidades da legislação brasileira, que permite a exclusão do direito de preferência dos atuais acionistas em algumas poucas situações, esse modelo, geralmente, é implementado através da cessão do direito de preferência do controlador, ou de um conjunto de acionistas relevantes, em benefício do investidor. Contudo, nada impede que o ingresso do pipe em uma companhia se dê por outras formas, como a aquisição direta de ações já existentes ou por meio da compra de ações ou quotas de sociedade controladora.

A escolha de uma das opções dependerá fundamentalmente das características da companhia em que se pretende investir e do interesse do fundo.

Uma das formas mais comuns para a estruturação do pipe é a criação de fundos de investimento em participações (FIPs) como veículo de aquisição. Os FIPs são regulados pela Instrução CVM 391/03, que exige a participação efetiva do fundo no processo decisório da companhia investida, com influência na definição de sua política estratégica e gestão.

As perspectivas com relação ao mercado de capitais brasileiro, o valor dos investimentos aguardados para os próximos anos, e o cenário de estabilidade institucional e regulatória trazem excelentes expectativas para o mercado de private equity e, particularmente, para que o segmento pipe se fortaleça, tornando-se uma alternativa de financiamento perene.


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