O empréstimo de € 897 milhões feito pela Portugal Telecom (PT) à RioForte, holding do Grupo Espírito Santo (acionista da telefônica portuguesa), em abril deste ano recebeu bastante atenção da mídia brasileira — afinal, consumiu quase R$ 3 bilhões do caixa da empresa que se fundiu com a Oi.
É nos jornais portugueses, entretanto, que não param de surgir notícias sobre o escândalo. No fim da semana passada, Henrique Granadeiro, presidente do conselho e diretor-presidente da PT, assumiu a responsabilidade pelo empréstimo (ainda que não a culpa) e pediu demissão do cargo, assim como o diretor-financeiro Luís Pacheco de Melo. Dos males, o menor: com os responsáveis devidamente apontados e retirados da companhia, Zeinal Bava, atual CEO da Oi, poderia respirar aliviado. A companhia brasileira e o executivo têm se esforçado para deixar claro que ele não sabia de nada — o empréstimo foi feito à sua revelia. Bava não tinha influência, no momento da transação, em abril, sobre as operações com recursos do caixa da companhia.
No último fim de semana, entretanto, a revista semanal portuguesa Expresso tratou de jogar areia na reputação do presidente da Oi. Noticiou que ele teve acesso a e-mails trocados entre Ricardo Salgado, líder do Grupo Espírito Santo até o fim de julho, e Sérgio Andrade, do grupo Andrade Gutierrez. Na correspondência, Salgado comentava que o “steering comitte” da PT — órgão composto por Zeinal Bava, Amilcar Morais Pires, Henrique Granadeiro, José Mauro da Cunha (atual presidente do conselho da Oi), Nuno Vasconcellos, Otávio de Azevedo e Pedro Jereissati — tinha tomado conhecimento do empréstimo em uma reunião realizada em Lisboa no dia 14 de abril.
Além disso, Salgado teria escrito que, assim como houve um acordo para limpar a dívida dos acionistas da Oi por meio da fusão, pactuou-se que a Oi investisse no Banco Espírito Santo por meio de papéis comerciais. Bava e Cunha trataram de negar as informações nesta segunda-feira, dizendo desconhecer a troca de e-mails. Afirmaram que todas as menções a eles eram inverídicas e que tal acordo para investir no BES nunca existiu.
A mídia portuguesa considera provável que o e-mail seja falso. Ainda assim, é dos noticiários locais que vêm os piores pesadelos do executivo da Oi.
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