A CFA Society Brazil, braço brasileiro da associação internacional de credenciamento de analistas de investimentos, finalmente se posicionou sobre o recente caso envolvendo o banco Santander.
Em 25 de julho, uma carta enviada pelo Santander aos clientes do segmento Select ganhou a internet por meio do blogueiro Fernando Rodrigues, do UOL. Em duas frases, copiadas de um relatório em inglês escrito por Paulo Gala, do Banco Fator, dizia que, se Dilma voltasse a subir nas pesquisas, o Ibovespa poderia cair. Os responsáveis pela nota foram demitidos, e o banco pediu desculpas em seu site.
Não se tratava de um relatório de análise, mas de uma seção de dicas de investimentos chamada “Você e seu dinheiro”, sempre anexada ao extrato enviado mensalmente aos correntistas. Ainda assim, o episódio gerou preocupação entre analistas, que passaram a temer pela sua independência. A APIMEC, associação que credencia e representa analistas brasileiros, em breve nota oficial, defendeu a liberdade de análise.
Quase um mês depois, em 20 de agosto, o CFA se manifestou, em um posicionamento um pouco menos breve, mas com a essência parecida:
“(..) investidores, emissores e quaisquer outros membros da sociedade, sendo estes autoridades ou cidadãos comuns, devem respeitar o direito dos analistas de fazer perguntas difíceis, apontar riscos potenciais e fazer avaliações justas, imparciais e equilibradas baseadas em fatos e também a partir de suas próprias previsões. Analistas devem ser livres para desenvolver e publicar seu relatórios baseados em dados e fatos, fazer análises competentes, e divulgar suas conclusões e recomendações mesmo que estas sejam desfavoráveis ou diferentes das opiniões consensuais dos outros.”
A associação internacional não deixou, entretanto, de pontuar os problemas da nota do Santander – sem citar nomes:
” (…) Acreditamos que os analistas devem distinguir entre fato e opinião, divulgar as suas fontes de pesquisa e comunicar eficazmente quaisquer recomendações.”
Nesse ponto, o Santander falhou: não ficava claro para leitores mais leigos que se tratava de uma opinião de um analista, e tampouco ficava claro qual era a fonte de pesquisa – no caso, um relatório do Fator. Moral da história: falar mal do governo até pode, mas é melhor fundamentar bem – e não copiar trabalho de colegas sem dar o devido crédito.
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