O mal-estar de Wall Street
12/03/2014

Boatos sobre uma epidemia de suicídios entre banqueiros têm se espalhado pela internet. Grandes publicações, como o Financial Times e o Wall Street Journal têm evitado tocar no assunto. A Fortune, da CNN, é um dos poucos grandes veículos de notícia a falar sobre isso.

O suicídio de um executivo do J.P. Morgan no final de fevereiro ligou o sinal de alerta. Ele se atirou do alto do prédio de 30 andares que o banco ocupa em Hong Kong. Três semanas antes, outro banqueiro da mesma instituição havia se matado na sede de Londres. E, no início de fevereiro, um executivo do banco em Nova York foi encontrado morto em sua casa (a causa da morte ainda é incerta). Além do empregador, eles tinham em comum a faixa etária: todos eram jovens com menos de 40 anos.

A tragédia não é exclusividade do J.P. Morgan. Proliferam as especulações sobre o motivo para o desespero desses profissionais. Entre as hipóteses, a de que uma nova crise econômica está para chegar. Outra explicação possível é a diminuição do bônus de alguns executivos. Não passam, entretanto, de conjecturas: como tirar conclusões gerais a partir da atitude de um indivíduo? É questionável, se não desrespeitoso. A própria reportagem da Fortune se ocupa em desmontar essas teses, mostrando que os recentes casos sequer têm relevância estatística.

Enquanto alguns veículos se dedicam a espalhar tais notícias como profetas do apocalipse, alertando para a crise que se avizinha, outros começam a discutir a situação de modo mais profundo. Apesar de ansiedade, falta de sono, depressão e estresse não serem exclusivos dos profissionais de finanças, eles estão entre os que mais sofrem com isso.

O mal-estar causado por excesso de pressão, competitividade e horas de trabalho em detrimento da convivência com família e amigos tem sido tema de análise frequente — e ganhou ainda mais evidência quando se soube que um jovem estagiário do Bank of America faleceu após longas jornadas de trabalho. Parece que a sociedade ocidental está começando a perceber que ser “workaholic” não é tão bom quanto parecia alguns anos atrás, e que dinheiro só traz felicidade se as pessoas tiverem tempo para usufruir dele. Quando essa percepção vai resultar em uma mudança de cultura?


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