Fechado para lobos
18/2/2014

Apesar da fama que ganharam com o filme O lobo de Wall Street, as penny stocks não terão vez por aqui. A BM&FBovespa resolveu bani-las do mercado e, assim, impedir que algum investidor-cinéfilo resolva imitar o lobo Jordan Belfort.

A regra faz parte do novo regulamento de emissores, anunciado na semana passada. A partir de 18 de agosto, companhias novatas que solicitarem registro na bolsa não receberão o aval se suas ações largarem negociadas abaixo de R$ 1. Para as empresas já listadas, há um período de adaptação de um ano. Ou seja, a partir de agosto de 2015 não será permitida a negociação de ações na casa dos centavos. Das empresas atualmente listadas, 49 terão que se adaptar — por meio de grupamento das ações, por exemplo.

Mas por que impedir a existência de penny stocks?

Como valem pouco, elas assumem caráter altamente especulativo e seduzem muitos investidores. É tão fácil multiplicar o capital investido quanto perdê-lo. E quem se importa com isso quando o aporte é insignificante em comparação ao resto do portfólio? Vale o pensamento “o que é vier, é lucro”. Por causa desse raciocínio, os investidores deixam os fundamentos de lado e acabam por fomentar um mercado que pode ter mais joio do que trigo.

Há quem enxergue na decisão da BM&FBovespa um jeitão paternalista. Por ser a única bolsa do país, ao abolir as penny stocks ela acaba com um nicho de mercado que tem seus apreciadores. Contudo, apesar de afirmar que a decisão não foi motivada por nenhuma experiência ruim — há quem atribua a mudança às empresas do Grupo X, embora elas tenham entrado na casa dos centavos depois de iniciada a reforma do regulamento —, é notório que o segmento abriga companhias com histórico para lá de conturbado. Abaixo, conheça algumas das histórias que foram contadas recentemente nas páginas da CAPITAL ABERTO:

RJCP: Especializada na compra de participações, a companhia é alvo de investigações da CVM, do Ministério Público e da Polícia Federal. A empresa é acusada de manipulação do mercado de ações. Sobre seu dono, o empresário Marcelo Bastos, recai a denúncia de ter lucrado ao menos R$ 10 milhões com a fraude.

Inepar: Os proprietários e os principais executivos foram inabilitados para o exercício do cargo de administrador da companhia pela CVM. No ano passado, a autarquia concluiu o processo sancionador que investigava sucessivas manobras de expropriação dos acionistas da empresa.

OGX, OSX e LLX: Pode-se dizer que as companhias chegaram à bolsa com pompa e circunstância, mas caíram em desgraça depois que o império de seu fundador, o empresário Eike Batista, começou a desmoronar. A primeira empresa do grupo a ruir foi a petrolífera OGX. Das penny stocks brasileiras, a LLX é a única que atualmente compõe a carteira do Ibovespa.

Refinarina de Petróleo Manguinhos: Conhecida como Pet Manguinhos, protagonizou um episódio curioso. Surpreendida pela informação de que o terreno que ocupa seria desapropriado pelo Estado, pediu, ela mesma, que seus papéis fossem retirados do pregão.

Lupatech: Caso de sucesso da indústria de private equity, definhou com sucessivos resultados negativos, decorrentes das más notícias de sua principal cliente, a Petrobras. Agora, a companhia está às voltas com seu plano de recuperação judicial.

 

Confira a lista completa das empresas que terão que se ajustar às novas regras da bolsa se quiserem continuar no pregão (clique na imagem para ampliar):

 


Para continuar lendo, cadastre-se!
E ganhe acesso gratuito
a 3 conteúdos mensalmente.


Ou assine a partir de R$ 34,40/mês!
Você terá acesso permanente
e ilimitado ao portal, além de descontos
especiais em cursos e webinars.


Você está lendo {{count_online}} de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês

Você atingiu o limite de {{limit_online}} matérias gratuitas por mês.

Faça agora uma assinatura e tenha acesso ao melhor conteúdo sobre mercado de capitais


Ja é assinante? Clique aqui

mais
conteúdos

APROVEITE!

Adquira a Assinatura Superior por apenas R$ 0,90 no primeiro mês e tenha acesso ilimitado aos conteúdos no portal e no App.

Use o cupom 90centavos no carrinho.

A partir do 2º mês a parcela será de R$ 48,00.
Você pode cancelar a sua assinatura a qualquer momento.