Apesar da fama que ganharam com o filme O lobo de Wall Street, as penny stocks não terão vez por aqui. A BM&FBovespa resolveu bani-las do mercado e, assim, impedir que algum investidor-cinéfilo resolva imitar o lobo Jordan Belfort.
A regra faz parte do novo regulamento de emissores, anunciado na semana passada. A partir de 18 de agosto, companhias novatas que solicitarem registro na bolsa não receberão o aval se suas ações largarem negociadas abaixo de R$ 1. Para as empresas já listadas, há um período de adaptação de um ano. Ou seja, a partir de agosto de 2015 não será permitida a negociação de ações na casa dos centavos. Das empresas atualmente listadas, 49 terão que se adaptar — por meio de grupamento das ações, por exemplo.
Mas por que impedir a existência de penny stocks?
Como valem pouco, elas assumem caráter altamente especulativo e seduzem muitos investidores. É tão fácil multiplicar o capital investido quanto perdê-lo. E quem se importa com isso quando o aporte é insignificante em comparação ao resto do portfólio? Vale o pensamento “o que é vier, é lucro”. Por causa desse raciocínio, os investidores deixam os fundamentos de lado e acabam por fomentar um mercado que pode ter mais joio do que trigo.
Há quem enxergue na decisão da BM&FBovespa um jeitão paternalista. Por ser a única bolsa do país, ao abolir as penny stocks ela acaba com um nicho de mercado que tem seus apreciadores. Contudo, apesar de afirmar que a decisão não foi motivada por nenhuma experiência ruim — há quem atribua a mudança às empresas do Grupo X, embora elas tenham entrado na casa dos centavos depois de iniciada a reforma do regulamento —, é notório que o segmento abriga companhias com histórico para lá de conturbado. Abaixo, conheça algumas das histórias que foram contadas recentemente nas páginas da CAPITAL ABERTO:
RJCP: Especializada na compra de participações, a companhia é alvo de investigações da CVM, do Ministério Público e da Polícia Federal. A empresa é acusada de manipulação do mercado de ações. Sobre seu dono, o empresário Marcelo Bastos, recai a denúncia de ter lucrado ao menos R$ 10 milhões com a fraude.
Inepar: Os proprietários e os principais executivos foram inabilitados para o exercício do cargo de administrador da companhia pela CVM. No ano passado, a autarquia concluiu o processo sancionador que investigava sucessivas manobras de expropriação dos acionistas da empresa.
OGX, OSX e LLX: Pode-se dizer que as companhias chegaram à bolsa com pompa e circunstância, mas caíram em desgraça depois que o império de seu fundador, o empresário Eike Batista, começou a desmoronar. A primeira empresa do grupo a ruir foi a petrolífera OGX. Das penny stocks brasileiras, a LLX é a única que atualmente compõe a carteira do Ibovespa.
Refinarina de Petróleo Manguinhos: Conhecida como Pet Manguinhos, protagonizou um episódio curioso. Surpreendida pela informação de que o terreno que ocupa seria desapropriado pelo Estado, pediu, ela mesma, que seus papéis fossem retirados do pregão.
Lupatech: Caso de sucesso da indústria de private equity, definhou com sucessivos resultados negativos, decorrentes das más notícias de sua principal cliente, a Petrobras. Agora, a companhia está às voltas com seu plano de recuperação judicial.
Confira a lista completa das empresas que terão que se ajustar às novas regras da bolsa se quiserem continuar no pregão (clique na imagem para ampliar):
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