Private equity 4.0
As razões para o segmento ter se tornado relevante nas carteiras dos investidores
Private Equity 4.0: Reinventing Value Creation

Private Equity 4.0: Reinventing Value Creation*

O investimento em empresas de capital fechado é um fenômeno razoavelmente recente. Os primórdios da atividade apareceram, de forma estruturada, apenas a partir da década de 1970 nos Estados Unidos. Desde então, muitas ondas de desenvolvimento passaram — e a indústria amadureceu até chegar ao estágio globalizado atual, em que o private equity (PE) tem enorme relevância nas carteiras de investidores. Esse é o fio condutor de Private Equity 4.0, escrito por três autores com currículos complementares: Benoît Leleux, professor do IMD-Lausanne, escola suíça de negócios; Hans van Swaay, diretor em várias gestoras de PE; e Esmeralda Megally, investidora em venture capital.

O livro já começa com uma proposição agressiva e polêmica: a ideia de que o crescimento da indústria de PE endereçou uma das principais fragilidades do capitalismo de empresas abertas, o que melhorou o alinhamento de interesses entre executivos e investidores. Depois dessa apologia inicial e de uma tentativa de esclarecimento do papel e do modus operandi desse segmento tão opaco para a maioria da sociedade, a obra descreve os vários aspectos relevantes para o ecossistema de investimento em PE. Da aplicação de recursos em empresas nascentes (venture capital) à compra de empresas abertas em bolsa com o objetivo de fechamento de capital (transações chamadas de “public to private”), os autores apresentam cada segmento de atuação e casos de sucesso para ilustrá-los.

Investidores em PE precisam de estômago forte para enfrentar a baixa previsibilidade sobre quando (e se) o investimento produzirá retornos, o longo prazo de maturação (em média, cinco a sete anos) e os elevados custos de carregamento desses investimentos (taxa de administração, performance e outras). Diante de todos esses fatores negativos, o que afinal motiva os investidores institucionais do mundo inteiro a fazer alocações cada vez maiores em PE? A resposta é simples: retornos superiores, ajustados ao risco.

No entanto, evidências empíricas coletadas em diversas pesquisas acadêmicas indicam que o retorno médio de investimento em empresas fechadas (a propósito, a expressão “private equity” contrasta com “public equity”, que designa empresas com ações em bolsa) não é muito diferente daquele obtido com carteiras de ações. O que nos devolve à questão original: onde está a vantagem? A resposta aparece nas mesmas pesquisas acadêmicas, que mostram os retornos dos gestores de PE no primeiro quartil de desempenho. Esse grupo seleto de administradores de recursos apresenta retornos anuais compostos entre 8% e 10% acima dos rendimentos médios para investimento em empresas abertas.

Além de obter desempenho melhor, os gestores de sucesso em PE têm uma característica não identificada nos colegas responsáveis por carteiras de ações: persistência no sucesso. Enquanto a impiedosa lei de “reversão à média” persegue os gestores de ações, em PE existe forte evidência de que os fundos com desempenho superior no passado mantêm essa performance no futuro. A combinação de retornos superiores e constância no desempenho explica o grande interesse pela classe de ativos e as crescentes alocações de investidores institucionais.

O livro é bem alicerçado em pesquisas acadêmicas, que cumprem o papel de conferir robustez empírica, mas sem exageros a ponto de alienar o leitor. Para o público interessado em uma descrição atual, objetiva e de conteúdo consistente do segmento de PE, trata-se de uma boa referência.


*Private Equity 4.0: Reinventing Value Creation
Benoît Leleux, Hans van Swaay, Esmeralda Megally
Editora: Wiley
288 páginas
1a edição, 2015

Peter Jancso é sócio da Jardim Botânico Investimentos e conselheiro independente


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